O estranho e trabalhoso assalto à Abrancongelados por umas caixas de peixe e marisco

Instalações da empresa Abrancongelados, em Abrantes, foram alvo de um furto que teve tanto de trabalhoso como de estranho, diz o sócio-gerente. Foram roubadas caixas de peixe e marisco, mas muitas apenas foram abertas e trocadas de lugar. Parte do produto levado acabou espalhado na rua.
As instalações da Abrancongelados, empresa de Abrantes dedicada à importação, transformação e comercialização de produtos congelados, foram alvo de furto na madrugada de 16 de Julho. O sócio-gerente, Jorge Batista, ainda não fez contas ao prejuízo mas acredita que “o que levaram não justifica o trabalho todo” que tiveram. “Não se faz um trabalho daqueles para matar a fome”, vinca.
Segundo diz ao nosso jornal, os criminosos tiveram de perfurar um muro que tem entre 30 a 40 centímetros de espessura antes de alcançar os painéis também “muito espessos” da câmara frigorífica. Tudo isto feito, ao que tudo indica, com um martelo pneumático e no preciso lugar da câmara frigorífica onde a palete congelada estava a meio e seria, por isso, mais fácil de perfurar. “Dá a entender que no sítio que foi, com o pormenor que foi, quem fez sabia o que estava a fazer”, especula o empresário.
Mais estranho ainda é o facto de parte dos produtos furtados terem sido encontrados espalhados na rua, fora das instalações da Abrancongelados, na zona industrial. Nomeadamente, tentáculos de polvo e peixe espadarte, além de caixas de sapateira. Outras caixas, conta, foram apenas abertas e trocadas de lugar dentro da câmara frigorífica que está a uma temperatura de 20 graus negativos. “Andaram à procura de qualquer coisa, não sei do quê”, afirma o sócio-gerente.
Depois de ter tido conhecimento do furto e de ter alertado as autoridades, a preocupação de Jorge Batista foi tentar estancar o prejuízo procedendo à reparação da câmara frigorífica que se encontrava com uma abertura “enorme” e que poderia pôr em causa a viabilidade do produto armazenado. Felizmente, acrescenta, “é matéria-prima em bloco e que não descongela facilmente”.
A Polícia de Segurança Pública foi ao local, tendo depois passado o caso para a alçada da Polícia Judiciária que esteve a fazer recolha de provas.