Sociedade | 30-07-2025 18:00

Dadores da Póvoa de Santa Iria reforçam acções porque a necessidade de sangue não vai de férias

Dadores da Póvoa de Santa Iria reforçam acções porque a necessidade de sangue não vai de férias
Voluntários da associação dos dadores da Póvoa de Santa Iria juntaram-se aos da Misericórdia de Vila Franca de Xira numa recolha no Campus da Saúde - foto O MIRANTE

A Associação dos Dadores Benévolos de Sangue da Póvoa de Santa Iria promoveu uma dádiva de sangue no Campus da Saúde da Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca de Xira que contou com 40 dadores inscritos, 17 deles pela primeira vez. Dirigentes alertam que estamos a atravessar o crítico período do Verão em que as reservas de sangue sofrem uma quebra.

O sangue não se fabrica, doa-se, e as necessidades dos hospitais por este precioso líquido não vão de férias no Verão. Um alerta deixado a O MIRANTE pelos dirigentes da Associação dos Dadores Benévolos de Sangue da Póvoa de Santa Iria que, na manhã de sábado, 19 de Julho, promoveram uma recolha de sangue no Campus da Saúde da Misericórdia de Vila Franca de Xira.
Uma acção que resultou em 40 dadores inscritos e a recolha de 24 unidades de sangue válidas. 17 dos inscritos deram sangue pela primeira vez, um número que agrada a Nuno Caroça, presidente da associação, confirmando que na maioria das colheitas da associação há sempre perto de 10% de novos dadores.
O gesto de dar sangue, aparentemente simples, pode fazer a diferença entre a vida e a morte para quem depende de uma transfusão. Cada dádiva tem o potencial de ajudar até três pessoas, vítimas de acidentes graves, doentes a realizar cirurgias complexas ou pacientes com doenças crónicas e oncológicas. “Cada vez mais o movimento associativo sofre com a falta de voluntários, mas o que me move são as necessidades de sangue no país. Se nas nossas comunidades não conseguirmos criar condições para que a doação de sangue seja possível, os hospitais vão ressentir-se”, alerta a O MIRANTE.
E o Verão, teme, é sempre uma altura delicada. “Muitas vezes os dadores regulares não estão disponíveis por irem de férias, e daí a necessidade de reforçar brigadas como esta que temos aqui em Vila Franca de Xira, numa altura crítica como esta”, explica. Segundo o dirigente, muitas associações não fazem recolhas em Agosto, mas nos dadores da Póvoa de Santa Iria é o oposto, com duas recolhas agendadas.

Trabalho nas escolas
Dar sangue é rápido, seguro e não causa qualquer prejuízo à saúde do dador. No entanto, as reservas de sangue nem sempre são suficientes para responder às necessidades diárias dos hospitais, principalmente durante o Verão. O trabalho junto da comunidade jovem é uma das apostas da associação, sendo frequentes as colheitas em escolas como a Dom Martinho Vaz de Castelo Branco (Póvoa de Santa Iria), a Escola Secundária do Forte da Casa ou o Colégio Bartolomeu Dias, em Santa Iria da Azóia (Loures). É nesse espírito que se destaca a participação de Ruben Ribeiro, de 21 anos, estudante de enfermagem que vive entre as duas localidades e que também ajudou no voluntariado da associação na manhã de sábado. “Conheci os dadores pela minha mãe, que também está envolvida na associação. Sempre pensei entrar na área da saúde, entrei em enfermagem e estou a gostar. Há sempre falta de sangue e muitas pessoas a precisar, por isso quero ajudar”, conta.
Este ano, a associação prevê realizar um total de 38 colheitas, num grupo com duas dezenas de voluntários regulares em que fica a ideia que só não se realizam mais recolhas devido muitas vezes à falta de meios do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, que nem sempre tem equipas suficientes para mandar para o terreno.
Em 2024 os dadores da Póvoa de Santa Iria terminaram o ano com 1.245 dadores inscritos. “Estamos a sentir um ligeiro declínio porque alguns dadores deixaram de o ser. Este ano já temos 561 dadores inscritos, 448 unidades de sangue válidas e 56 novos dadores, e ainda temos metade do ano pela frente por isso estamos optimistas”, conclui Nuno Caroça.

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