Sociedade | 03-08-2025 07:00

Cooperativa de Abrantes cria projecto social para pessoas com demência

Cooperativa de Abrantes cria projecto social para pessoas com demência
Ana Santos - foto DR

Projecto da Human Coop vai centralizar-se em Abrantes, arranca a 25 de Agosto e envolve 256 pessoas.

A cooperativa de solidariedade social Human Coop, com sede em Abrantes, anunciou a implementação do projecto “Dem.Care.Abt”, uma iniciativa de inovação social centrada na intervenção nas pessoas com demência e seus cuidadores, numa zona carenciada de respostas. “Vamos aplicar dois métodos de intervenção inovadores e pioneiros em Portugal, junto de 128 pessoas com demência em Abrantes, com o objectivo de melhorar a sua qualidade de vida e bem-estar, e, paralelamente, iremos apoiar os seus cuidadores, ajudando a reduzir sintomas de sobrecarga emocional e a aumentar o sentimento de confiança no cuidar”, disse à Lusa a coordenadora do projecto, Ana Santos, co-fundadora da Human Coop.
A apresentação do projecto decorreu na Casa do Povo de Arreciadas, tendo Ana Santos indicado que a candidatura da Human Coop, válida para os próximos dois anos e apoiada em 155 mil euros através do programa Portugal Inovação Social, conta com a parceria da ‘De casa me casa’, uma empresa especializada em cuidadores, e o apoio da Hyperion Renewables e do município de Abrantes, como investidores sociais. O projecto visa “responder, de forma humanizada e descentralizada, ao desafio do envelhecimento com demência em Portugal”, explicou a responsável da Human Coop, que centraliza a intervenção do programa no concelho de Abrantes. “Não existindo, até à data, respostas específicas para esta problemática em Abrantes nem nos concelhos vizinhos, e conhecendo as dificuldades enfrentadas pelos doentes e pelos seus cuidadores, a Human Coop procurou, desde sempre, oportunidades de financiamento que possibilitassem criar uma resposta adequada” à região onde se insere, tendo adiantado que o projecto arranca a 25 de Agosto e vai intervir junto de um total de 256 pessoas. “Pretendemos intervir junto de 128 pessoas com demência e 128 cuidadores, num total de 256 beneficiários directos. Para isso, serão realizados quatro ciclos de intervenção, com a duração de cinco meses cada, abrangendo, em cada ciclo, 32 pessoas com demência e 32 cuidadores”, declarou.
Tendo feito notar que as demências, ou perturbações neurocognitivas, são um “conjunto de doenças que afectam o desempenho cognitivo, comprometendo a autonomia e a independência da pessoa”, representando “uma condição clínica neurodegenerativa e irreversível para a qual ainda não existe cura”, Ana Santos disse que o programa aponta a benefícios no âmbito do “retardar” a evolução da doença para as pessoas com demência e em dar conhecimento e “estratégicas” aos cuidadores. O projecto pretende “aliviar a sobrecarga emocional” dos cuidadores e dar-lhes “estratégias para conseguirem lidar e viverem esta relação de família, ou de cuidador, da melhor forma”.
Segundo Ana Santos, para as pessoas com demência, o programa vai aplicar dois métodos de intervenção inovadores e pioneiros em Portugal, não farmacológicos, com o objectivo de melhorar a sua qualidade de vida e bem-estar. Um dos programas, explicou, utiliza terapias aquáticas (em piscina), com benefícios cognitivos, físicos, emocionais e sociais. O segundo é uma abordagem multissensorial que conjuga ritmo, música, movimento, fala e estímulos cognitivos, promovendo a neuroplasticidade, e que será aplicado em pequenos grupos.

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