Centro de Alto Rendimento de Rio Maior deixa de ter nadadores residentes

Federação Portuguesa de Natação considera que no Jamor e em Coimbra as condições técnicas e logísticas são mais robustas e há mais apoio institucional.
A Federação Portuguesa de Natação (FPN) decidiu retirar do Centro de Alto Rendimento de Rio Maior o projecto de formação, anunciou aquele organismo, mas “continuará a investir” naquela infraestrutura. “A FPN esclarece que, na relação com o CAR da Natação de Rio Maior, decidiu não dar continuidade, para já e apenas, ao projecto de formação da natação, com nadadores residentes”, pode ler-se em comunicado publicado. O organismo liderado por Miguel Arrobas nota que considera as piscinas olímpicas do Jamor, Coimbra e Rio Maior como pólos de desenvolvimento da modalidade e por isso continuará, neste último caso, a “investir na presença regular com estágios e eventos”.
O Centro de Alto Rendimento de Rio Maior foi inaugurado em 2011 e é dedicado especificamente à natação. Miguel Arrobas admitiu entretanto que a interrupção do programa de nadadores-residentes em Rio Maior surgiu devido a uma racionalização estratégica dos recursos do organismo. “A gestão eficiente dos meios disponíveis é uma prioridade, mas o critério principal foi assegurar que os investimentos estão alinhados com centros que apresentem estabilidade, atractividade e perspectivas claras de crescimento desportivo. O objectivo é garantir que os atletas tenham acesso às melhores condições possíveis para a sua progressão no alto rendimento. E, para isso, é necessária uma reflexão a vários níveis, desde logo com os vários parceiros institucionais”, assumiu.
Em respostas enviadas por escrito à Lusa, Miguel Arrobas disse que foi feita uma “análise objectiva da evolução do projecto”, lembrando que, na última época, “apenas nove nadadores integravam este centro, dos quais cinco abandonaram antes do final. A federação optou por concentrar o investimento no Jamor e Coimbra, onde as condições técnicas e logísticas são mais robustas e com forte apoio institucional”. O número de nadadores no Jamor irá duplicar já na próxima época, passando de cinco para 10 atletas, assim como aumentar significativamente em Coimbra. Ou seja, mesmo com a suspensão de Rio Maior, o número total de nadadores integrados em centros da FPN aumenta significativamente, o que representa uma aposta clara no reforço da estrutura de alto rendimento nacional”, assumiu.
O líder federativo garantiu que a FPN “está a acompanhar individualmente cada nadador que integrava o programa de residentes em Rio Maior, que tenha condições de integração no CAR Jamor e CAR de Coimbra, em articulação com os treinadores e respectivas famílias, para garantir a continuidade dos seus percursos desportivos de forma estável e sustentada”, estando já assegurada a integração de alguns desses nadadores. “A reactivação do programa de residentes em Rio Maior continua a ser uma possibilidade no futuro, desde que estejam reunidas condições claras e sustentáveis. Esta suspensão não representa um encerramento definitivo, mas sim uma pausa estratégica, enquanto não for possível garantir as condições mínimas necessárias à sua viabilidade e eficácia”, referiu.
Apesar do fim deste programa, a FPN mantém uma relação “muito positiva” com a Desmor, entidade que gere o centro desportivo de Rio Maior, como comprova a organização dos Europeus sub-18 de polo aquático, garantindo que o equipamento instalado naquele concelho se mantém “como uma infraestrutura de referência no plano da FPN”. “Além dos grandes eventos, Rio Maior continuará a desempenhar um papel importante na preparação das seleções nacionais, especialmente ao nível dos estágios centralizados que temos vindo a realizar nas diferentes disciplinas da natação e pretendemos intensificar. As condições de alojamento, alimentação e treino integradas num só local tornam Rio Maior um espaço privilegiado para reunir atletas e equipas técnicas em ambiente de concentração total”, lembrou.