Sociedade | 10-08-2025 12:00

Ranchos do concelho da Chamusca pagam para dançar

Ranchos do concelho da Chamusca pagam para dançar
Ranchos folclóricos da Chamusca pagam deslocações do próprio bolso por falta de apoio logístico da câmara - foto DR

Vários ranchos folclóricos do concelho da Chamusca recebem um apoio anual do município, mas essa verba é gasta em duas ou três deslocações, uma vez que o município quase nunca tem transporte disponível. Dirigentes partilham com O MIRANTE que desta forma é muito difícil manter as associações com uma actividade regular.

Muitos ranchos folclóricos do concelho da Chamusca fazem das tripas coração para manter uma actividade cultural regular e pagar as despesas que implicam as saídas para fora do concelho, muitas vezes com viagens de mais de 500 quilómetros, ida e volta. As associações recebem um apoio anual do município da Chamusca que não chega aos dois mil euros, mas essa verba é gasta ao fim de uns meses, uma vez que as colectividades são obrigadas a pagar a maioria das deslocações que realizam. Alguns dirigentes explicam a O MIRANTE que preparar as saídas dos elementos tornou-se um tormento porque nunca sabem com o que podem contar em termos de transporte da autarquia, uma vez que raramente há condutores ou viaturas disponíveis.
Recentemente, no mês de Julho, o Grupo de Danças e Cantares da Chamusca e do Ribatejo e o Rancho Folclórico “Os Camponeses” da Carregueira realizaram uma saída para um festival em Barcelos e tiveram de pagar do próprio bolso todas as despesas. No caso da associação da Carregueira foram obrigados a alugar um autocarro por mais de 1000 euros, uma vez que o município lhes disse que não havia motoristas disponíveis para realizar o transporte. Um dirigente da associação explica ao nosso jornal que em Fevereiro deste ano já tinham feito todas as requisições de transporte ao município, mas que é sempre uma incógnita se vão ter os pedidos satisfeitos. No caso da colectividade da Chamusca, os elementos dividiram-se por várias viaturas, tendo gasto perto de mil euros no total entre todos para se deslocarem até Barcelos.
No caso do Rancho Folclórico e Etnográfico do Pinheiro Grande o cenário é praticamente o mesmo. Um elemento do grupo explica ao nosso jornal que o município lhes cede cerca de 30 horas de deslocações, um valor francamente reduzido tendo em conta que participam em festivais no Algarve e no norte do país. Com cerca de meia centena de elementos, preparar uma saída é uma aventura em termos logísticos. “Nunca sabemos com o que podemos contar. Uma semana antes dos festivais ainda estamos a fazer contas e a ver como é que lá vamos chegar”, conta o dirigente da associação que realiza mais de uma dezena de actuações por ano.

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