Problemas na urbanização da Quinta do Mocho discutidos na Câmara de Santarém

Falta de limpeza, lixo, uma construção inacabada que representa risco para as crianças que brincam nas imediações. Estes foram alguns dos problemas apontados por um morador da Quinta do Mocho ao executivo municipal de Santarém. Urbanização na periferia da cidade ainda não foi entregue pelo urbanizador, mas já é habitada há muitos anos.
Um morador da urbanização Quinta do Mocho, na periferia de Santarém, foi à última reunião de câmara queixar-se de alguns problemas que afectam essa zona. Apontou a escassez de contentores de lixo, a falta de limpeza de terrenos, as silvas que tapam um curso de água e o lixo deixado por quem frequenta a horas tardias zonas mais recônditas da urbanização, como embalagens de fast food e até preservativos e toalhitas. No que toca à limpeza dos terrenos, imposta por lei, Vasco Caseiro defende que a Câmara de Santarém devia ter uma actuação mais assertiva, adiantando que já apresentaram queixas à GNR, mas há situações que persistem.
O munícipe indicou ainda a situação de risco que envolve um muro com 5 metros de altura junto a uma zona onde costumam brincar crianças, temendo que possa ali ocorrer alguma queda com consequências graves. “Se acontecer alguma coisa quem é o responsável? É o urbanizador? É a Câmara de Santarém?”, questionou, afirmando que pela informação que tem a urbanização ainda não foi entregue pelo empreiteiro.
Referiu ainda que na Rua César Marinho não há um sistema de drenagem eficaz, o que faz com que a água escorra para debaixo do alcatrão, causando danos no pavimento e abrindo buracos. “Se há licenças de habitabilidade, supostamente devia estar tudo bem”, reforçou o munícipe, acrescentando que esses problemas arrastam-se há muitos anos. “O que pode a câmara fazer para que os problemas sejam resolvidos?”, perguntou de olhos postos no executivo camarário, defendendo que, se o urbanizador não resolve, deve ser a câmara a avançar e a imputar-lhe depois os custos das intervenções necessárias.
O presidente da Câmara de Santarém, João Leite (PSD), disse que conhece a situação da urbanização da Quinta do Mocho e admite que não gosta do que vê, ressalvando que a responsabilidade pela resolução de alguns dos problemas apontados será sempre do urbanizador enquanto não for emitida a licença final, conforme define a lei. Quanto à questão da limpeza de terrenos, assumiu que tem que ser cumprida e que o urbanizador já foi notificado nesse sentido.
Também o vereador Manuel Afonso (PS) respondeu ao munícipe garantindo que já foi ao local e que tem conhecimento dos problemas indicados. Lamentou a situação e confessou alguma frustração, dizendo que os problemas não se podem arrastar eternamente, até porque os moradores continuam a pagar IMI. E disse esperar que a ida do munícipe na reunião de câmara “possa desencadear rapidamente uma solução para a Quinta do Mocho”. A vereadora do Chega, Manuela Estêvão, também se pronunciou sobre o assunto, afirmando que o que se vê nalguns bairros periféricos de Santarém não é agradável.
Rua 25 de Abril foi requalificada mas já necessita de obras
Vasco Caseiro apontou ainda alguns problemas de abatimento do piso na Rua 25 de Abril, que atravessa o lugar das Fontainhas, numa artéria que recebeu obras de requalificação há pouco tempo. O cidadão questionou como é possível que uma obra que custou 368 mil euros já apresente anomalias, criticando a forma como o dinheiro público é gasto e perguntando o que pensa o município fazer.
O presidente da câmara esclareceu que essa obra nas Fontainhas foi da responsabilidade da Junta de Freguesia da Cidade de Santarém, ao abrigo de uma delegação de competências, dando nota de que não era a primeira reclamação de que tinha conhecimento em relação à empreitada. “Se existem problemas há que accionar os mecanismos legais”, vincou.
Contactado por O MIRANTE, o presidente da Junta de Freguesia da Cidade de Santarém, Diamantino Duarte (PS), disse estar a par da situação e garante que os problemas vão ser corrigidos até final do corrente ano. Acrescentou que se tratou de um problema de compactação de terras junto às tampas de saneamento. A obra está ainda dentro do prazo de garantia, pelo que não vai custar mais um cêntimo ao erário público, sublinhou o autarca.