Praia do Patacão em Alpiarça é uma das mais concorridas da Lezíria

Este ano o acesso à praia do Patacão está mais facilitado porque a Câmara de Alpiarça abriu uma estrada mais larga junto à maracha e há mais lugares para as pessoas estacionarem os carros e se distribuírem naquele imenso areal.
A praia do Patacão, no campo de Alpiarça, é uma das praias fluviais mais concorridas da região da Lezíria e do Médio Tejo. Não se compara à de Constância, por exemplo, que é uma das melhores da região, mas as razões são óbvias. A praia do Patacão é uma praia selvagem, onde se chega depois de atravessar a maracha, e a de Constância tem tudo o que um banhista precisa, incluindo relva para dormir uma sesta e estacionamento à beira do rio quase com os pneus do carro na água. E não faltam bares, enquanto na praia do Patacão só se mata a sede recorrendo às geladeiras.
O MIRANTE esteve nas duas praias no mesmo domingo de um dos últimos fins de semana e o movimento era de fazer brilhar os olhos. Em Constância havia gente espalhada por todos os cantos; no Patacão havia gente debaixo de chapéus de sol, e junto à corrente do rio, no meio do areal, como não se via há muito tempo.
Este ano o acesso à praia do Patacão está mais facilitado porque a câmara de Alpiarça abria uma estrada mais larga junto à maracha, e há mais lugares para as pessoas se distribuírem naquele imenso areal, assim como há mais espaço para o estacionamento dos carros. Infelizmente ainda há muito trabalho para fazer, que no caso da praia do Patacão merece ser feito. Primeiro que tudo a remoção do lixo que parece estar por lá há meses e, em segundo lugar, a proibição do estacionamento nos caminhos de acesso ao areal. O estado selvagem do lugar dá azo a que cada um estacione onde muito bem lhe apetecer, mesmo que seja a impedir o acesso de uma cadeira de rodas em determinada entrada para a praia.
Quando se entra no areal não há regras nem são precisas, pelo menos para já: há lugar para toda a gente e, vistos da maracha, os chapéus de sol fazem lembrar outros tempos quando o pessoal só tinha mesmo o Tejo como alternativa para dar um mergulho. Hoje as praias do Oeste ficam cada vez mais perto, o mesmo para as de Lisboa, como é o caso da Caparica. No Patacão, em Constância, em Valada, e nas dezenas de praias fluviais, de Tomar a Ourém, de Abrantes a Alcanena, não faltam alternativas para passar um dia com a família com o “rabinho de molho”. E que bem que se está junto ao rio, ou à beira da barragem, mesmo que, em alguns casos, ficar muito tempo dentro de água possa ser um perigo para a saúde.
À Margem
Na Chamusca e em Santarém praia fluvial não rima com rio Tejo
Ninguém como os habitantes da Chamusca têm o rio Tejo tão perto do degrau das portas das suas casas. Mas a Chamusca não rima com rio e os políticos nunca foram além de algumas obras de melhoramentos dos acessos ao Porto do Carvão e ao Porto das Mulheres. No caso deste último, só as obras de acesso foram o suficiente para se espalhar a ideia de que o local era classificado como praia fluvial. E os políticos preguiçosos e analfabetos bem tentaram facturar com o equívoco, mas assim que meteram a boca no trombone, publicando em folhetos o que não deviam, levaram com as autoridades em cima e é o que se sabe. O Porto do Carvão é um matagal e tem um esgoto a céu aberto logo ali à entrada; e o Porto das Mulheres é só uma tristeza igual a muitas outras, como em Santarém onde a cidade está literalmente de costas viradas para o rio.