Sociedade | 27-08-2025 12:00

Futuro do Mercado de Mouriscas é uma preocupação para vendedores e clientes

Futuro do Mercado de Mouriscas é uma preocupação para vendedores e clientes
Feirantes e moradores estão preocupados com o futuro do Mercado de Mouriscas - foto O MIRANTE

O mercado semanal de Mouriscas, uma tradição enraizada na comunidade local, encontra-se actualmente numa encruzilhada marcada por incertezas. Com um projecto para a reabilitaç~~ao de um novo espaço multiusos que ainda não avançou, feirantes e moradores manifestam preocupações sobre o futuro do espaço.

Nos últimos meses, o futuro do mercado semanal de Mouriscas tem sido alvo de várias críticas e debates na comunidade local, sobretudo após a compra, em Março de 2023, pela Câmara Municipal de Abrantes, de um espaço multiusos destinado a acolher o mercado. Apesar do investimento e do objectivo de melhorar as condições dos feirantes e visitantes, o projecto ainda não avançou. Muitos moradores e utilizadores do mercado manifestaram a sua preocupação em redes sociais, questionando o impacto que a indefinição pode ter sobre o futuro do mercado. Para além disso, a falta de estacionamento e os problemas com a circulação automóvel têm sido outra dor de cabeça. A câmara municipal e a Junta de Freguesia de Mouriscas têm assegurado que o regulamento do novo espaço multiusos está em fase final de aprovação, mas ainda não há datas definidas para o início das obras ou para a transferência do mercado.
Face a este contexto, O MIRANTE foi ao encontro dos vendedores para ouvir as suas opiniões e esclarecer a posição de quem realmente está na “linha da frente”. Henrique Pedrosa, natural de Pombal e feirante há mais de seis anos, destaca como principal problema a falta de estacionamento: “há dificuldades com o estacionamento e isso afasta as pessoas. Penso que o terreno comprado poderia ser, para já, usado como parque de estacionamento para ajudar a resolver essa questão”, refere. Ricardo Almeida, de Ourém, que frequenta o mercado há 13 anos, tem uma visão diferente e apoia a transferência para o novo espaço multiusos, embora reconheça que a falta de estacionamento é uma das razões principais para a diminuição de clientes: “as pessoas vêm ao mercado e não têm sítio para deixar o carro, ou deixam mal-estacionado e acabam por ser multadas. Assim, deixam de vir”, lamenta.
Moisés Bento, que tem há 35 anos um talho tradicional no centro da vila, também é bastante crítico com a falta de estacionamento e por isso vê com bons olhos a mudança, embora também tenha as suas dúvidas. O comerciante conhece bem a dinâmica local e salienta que recentemente tem vindo a diminuir o número de clientes. “Cada vez temos menos população e sem gente para comprar não há vendas”, sublinha.
As opiniões demonstram que, embora haja alguma resistência à mudança, a grande maioria dos feirantes reconhece as dificuldades da situação actual e da necessidade de encontrar soluções para os problemas do estacionamento e organização. A transferência para o novo espaço poderá representar um avanço, desde que garanta que o mercado continue a ser um espaço que preserve a identidade local.

Falta de estacionamento afasta as pessoas do mercado  - foto O MIRANTE

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