Sociedade | 03-09-2025 10:00

Como é que os autarcas têm estômago para tanta festa e como lidam com os excessos

Como é que os autarcas têm estômago para tanta festa e como lidam com os excessos
Pedro Ribeiro - fotos arquivo O MIRANTE

No Verão em todos os concelhos há festas em tudo o que é freguesia, aldeia, lugar… os autarcas aproveitam para estarem de forma mais descontraída junto das populações e ouvirem o que ninguém lhes vai dizer à câmara. Mas isso custa mais gordura e colesterol no sangue, mais uma bebida ou duas, mais cansaço e peso, apesar de alguns dos presidentes de câmara com quem falámos dizerem que não têm problemas com as balanças. Mas não podemos confirmar se se pesam. Os autarcas de Santarém, Almeirim, Arruda dos Vinhos e Abrantes contam como lidam com o Verão festivo e os excessos.

Com tanta festa no Verão é preciso ter estômago e os políticos que o digam quando chegam a ir num fim-de-semana a uma dezena de festas, festarolas, festivais de comes e bebes, como acontece com o presidente da Câmara de Santarém, João Leite. E que o diga o presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos, Carlos Alves, que sabe bem quanto pesa a necessidade de acompanhar e valorizar as iniciativas do concelho quando se entra no Outono com mais uns quilos de convívio e interacção na barriga. A importância de estar junto das associações e das pessoas nas iniciativas de convívio é um imperativo de presidentes de câmaras como Pedro Ribeiro, que chega a comer a sopa num sítio, o prato principal noutro e a sobremesa em outra iniciativa, e não é por causa de se estarem a aproximar as eleições, como frisa o autarca de Abrantes, Manuel Valamatos.

Para ir às festas é preciso comer peixe cozido durante a semana
Para João Leite diz que já tem prática em correr de festa em festa, reconhecendo que é preciso alguma preparação física, notando que quem “vem de concelhos pequenos anda com ar cansado” de percorrer as muitas iniciativas com um território com 19 freguesias. Cansado ou não, para poupar a saúde o presidente da Câmara de Almeirim, Pedro Ribeiro, que se desdobra em presenças no seu concelho e acções de campanha como candidato do PS em Santarém, tem numa dieta piscícola uma arma para combater os excessos de febras, entremeadas e outras concentrações de calorias e colesterol. “Apesar de ter algum cuidado com o que como e bebo, sobretudo em quantidade, é preciso durante a semana comer peixe cozido para equilibrar”, aconselha.
A bebida é um dos problemas e os autarcas vão desenvolvendo técnicas para evitarem o que tiver mais grau que a água. Manuel Valamatos, que garante não fazer grandes restrições alimentares e que genética tem sido sua amiga, diz que não vai às iniciativas para comer, muito frango assado geralmente, nem beber muito, porque o objectivo é confraternizar e ouvir as pessoas num contexto mais descontraído. E por isso para o socialista não é difícil dizer não a mais um copo. A sul onde a festa não se faz sem muita pinga, João Leite, pelo sim, pelo não, durante o tempo de festas não conduz e garante que sabe dizer não quando insistem para uma bebida que já vem a mais e que vai ficando esquecida ao manter a conversa, até porque se considera um bom conversador.

Mandar a balança de férias para não stressar
Todos dizem que se preocupam com a saúde, mas para fazer análises os melhores meses são lá para Setembro, Outubro ou quando houver tempo. Entretanto há quem vá fazendo umas caminhadas ou alguma actividade física, como João Leite, para haver algum equilíbrio e não pensar em consultas médicas. Para evitar stresses, o presidente de Arruda dos Vinhos manda as balanças de férias e só volta a saltar para cima de uma quando acha que não se vai desmoralizar. Quanto às análises clínicas diz que há alturas em que manter a ignorância evita sentimentos de culpa em relação aos abusos de quem é um bom garfo como ele. O autarca de Almeirim diz que costuma pesar-se e sem termos tido acesso aos registos das balanças resta a garantia de Pedro Ribeiro de que não engorda. E sobre a bebida tem como argumento para recusar o facto de conduzir, porque nunca quis ter motorista, e diz que só bebe até ao limite aceitável.
A importância de estar nas festas tem também muito a ver com a possibilidade de se estabelecerem conversas mais informais, ouvir situações que as pessoas não vão dizer à câmara, realça Carlos Alves. O autarca do Oeste costuma dizer que a relevância de estar junto das pessoas importa um encargo gastronómico. Uma técnica para os excessos de bebida ficarem a meio da tabela é entre cada dois copos só aceitar um. Mas o presidente de Arruda dos Vinhos tem mais uma que pode servir de manual de boas práticas para os camaradas. Para não deixar a família a perder e não ouvir queixas de passar pouco tempo com a mulher, por exemplo, leva-a às festas e assim também é um momento de convívio e do casal.

Carlos Alves - fotos arquivo O MIRANTE
João Leite - fotos arquivo O MIRANTE
Manuel Valamatos - fotos arquivo O MIRANTE

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