Sociedade | 05-09-2025 10:00

Vandalismo cresce em estações de carregamento de carros eléctricos e Fátima não é excepção

Vandalismo cresce em estações de carregamento de carros eléctricos e Fátima não é excepção
António Moniz, gerente do restaurante Floresta Fátima - foto O MIRANTE

Os supercarregadores da Tesla em Fátima foram vandalizados, num episódio que se soma a outros casos recentes de vandalismo em postos de carregamento eléctrico no país. Segundo António Moniz, proprietário do terreno onde se encontram os equipamentos, a reparação foi feita de imediato, permitindo que os postos voltassem rapidamente à normalidade.

A estação de carregamento de carros eléctricos da Tesla em Fátima, uma das maiores do país, foi alvo de vandalismo e roubo de cabos na madrugada de 25 de Agosto. O autor do crime, que também terá atacado o posto de carregamento do hipermercado Continente na mesma noite, continua por identificar.
O ladrão cortou 14 cabos dos carregadores V2 e seis dos mais recentes V4, deixando vários pontos de carregamento inoperacionais. O prejuízo para a Tesla, avaliado em milhares de euros, somou-se ao transtorno para os utilizadores, mas a empresa respondeu de imediato, enviando equipas de reparação e garantindo que todos os carregadores voltassem a funcionar ao final do dia 26 de Agosto. O assaltante foi captado pelas câmaras de vigilância instaladas pelo proprietário do terreno e também gerente do restaurante Floresta Fátima, António Moniz, que acredita tratar-se de alguém com experiência, mas pouco profissional, uma vez que “não teve o cuidado de se esconder das câmaras e não estudou bem o local”.
O caso de Fátima junta-se a uma série de ataques semelhantes registados em Portugal, sobretudo na região de Lisboa e da Margem Sul, tendo no final da semana passada, a Iberdrola | BP pulse anunciado que os seus postos em Alcochete e Barreiro foram vandalizados, causando constrangimentos. Até agora, a UVE (Associação de Utilizadores de Veículos Eléctricos) reporta estas mesmas situações em postos de carregamento na Marateca, Barreiro e Seixal.
António Moniz diz a O MIRANTE que este é um problema estrutural e que, na sua opinião, exige maior prevenção. “A maior parte dos postos não tem câmaras. Isso facilita a vida de quem anda nisto. Felizmente, aqui conseguimos registar imagens do ladrão porque me precavi e instalei vigilância. Isso certamente vai ajudar na investigação do caso”, ressalta.

Impacto no negócio local
A estação de Fátima, inaugurada em 2018, não foi instalada ao acaso. O terreno, propriedade da família de António Moniz, situa-se junto à EN356, a poucos minutos da saída da A1, e reúne condições que, segundo afirma, para a Tesla são raras no contexto europeu: localização estratégica a meio caminho entre Lisboa e Porto, espaço para estacionamento e restauração de apoio, além de um reforço eléctrico instalado há mais de 40 anos pelo seu avô. “Este sítio é único porque junta tudo o que a Tesla quer: energia disponível em abundância, uma estrutura de apoio e a vantagem de estar fora do caos do centro da cidade. Quando há grandes eventos em Fátima, um condutor com pouca bateria consegue sair da autoestrada e carregar aqui sem se meter no trânsito. Foi por isso que a Tesla insistiu dezenas de vezes até chegarmos a acordo”, salienta.
Para António Moniz, gestor do restaurante Floresta Fátima, a instalação dos supercarregadores não só colocou Fátima no mapa da mobilidade eléctrica, que está em ascensão, como também dinamizou o negócio da família, atraindo o interesse de outros empresários com negócios semelhantes. “A moeda de troca é simples: quem pára para carregar, muitas vezes consome no restaurante. Foi essa a lógica desde o início e tem funcionado. Tanto que há muitas pessoas que agora também desejam ter este tipo de equipamentos à porta do seu negócio”, afirma.

Funcionários da Tesla repararam rapidamente os carregadores eléctricos - foto O MIRANTE

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