Sociedade | 07-09-2025 10:00

Câmara de Tomar quer classificação do fabrico de talhas na Asseiceira

Câmara de Tomar quer classificação do fabrico de talhas na Asseiceira
José Miguel Figueiredo, um dos únicos talheiros no activo e proprietário da Casa das Talhas, em Asseiceira - Foto Facebook José Miguel Figueiredo

A vice-presidente da Câmara de Tomar referiu que o fabrico de talhas de barro vermelho da freguesia de Asseiceira tem cerca de três séculos de existência, afirmando que merece ser preservado e valorizado. Proposta foi aprovada por unanimidade.

O executivo da Câmara Municipal de Tomar aprovou por unanimidade a proposta para classificação do fabrico de talhas da freguesia de Asseiceira como Património Cultural Imaterial de Interesse Municipal. Na apresentação, a vice-presidente e vereadora Filipa Fernandes (PS) explicou que o fabrico das talhas de barro vermelho de Asseiceira tem cerca de três séculos de existência, afirmando que merece ser preservado e valorizado. “Trata-se de um saber fazer artesanal enraizado na nossa tradição popular e a nossa classificação deve-se à questão do valor cultural e histórico. O fabrico de talhas representa uma memória viva da comunidade rural do concelho de Tomar”, sublinhou.
A autarca acrescentou que a proposta tem também um carácter de urgência e salvaguarda, referindo que o número de artesãos que trabalham essa técnica encontra-se em declínio. Filipa Fernandes destacou também o potencial educativo e turístico da classificação. “Queremos fazer a valorização e a divulgação desta prática para ter reflexos práticos na área do turismo cultural e uma promoção de identidade local e de autenticidade do município”, frisou. Foi também revelado que o município está a trabalhar na reabilitação da escola de Charneca da Peralva, que irá servir para uma futura escola de olaria, um museu de olaria e também para um encontro de artesãos locais. Está ainda a ser preparado um livro sobre olaria mais focado no território de Paialvo. A proposta vai ser presente à Assembleia Municipal de Setembro para efeitos de apreciação e concordância.
Recorde-se que, em 2023, O MIRANTE conversou com José Miguel Figueiredo, um dos únicos talheiros no activo e proprietário da Casa das Talhas, em Asseiceira, por ocasião do Dia do Trabalhador. José Miguel Figueiredo contou que saiu da escola com 12 anos e aos 13 fez a sua primeira talha de barro na antiga olaria do pai. O oleiro explicou como funciona o processo de fabrico das talhas de barro vermelho. “O barro está cerca de um ano a fazer a sua própria cura. Depois leva água e passa num processo de três a quatro máquinas até ficar pronto para o trabalharmos. A partir daí é pegar nele e é só mãos, não há mais máquina nenhuma”, disse. José Miguel Figueiredo disse que muitas vezes recusa trabalho por não conseguir dar conta de tanta procura.

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