Praia fluvial de Coruche atrai famílias de longe e é refúgio de Verão

Vindas da zona de Lisboa, duas famílias descobriram na praia fluvial de Coruche um espaço de tranquilidade e lazer. Um casal com dois filhos fixou-se recentemente no Couço e já admite trocar a vida profissional na capital pelo sossego ribatejano. Do outro lado do areal, dois jovens coruchenses garantem a segurança dos banhistas, entre mergulhos, chapéus-de-sol e conselhos ao sol.
O calor de Agosto pede sombra e mergulhos. Na praia fluvial de Coruche, no leito do rio Sorraia, cruzam-se visitantes que procuram refúgio e jovens que encontram ali o palco do seu trabalho sazonal. Foi o caso da família Diogo. Carlos, de 35 anos, e Bianca, de 32, chegaram acompanhados dos filhos, Valentim e Ana, de sete e seis anos. A família mudou-se recentemente para o Couço, no concelho de Coruche, e escolheu o areal como um dos pontos de passagem na sua última semana de férias.
“É a primeira vez que viemos à praia fluvial e ficámos muito bem impressionados. A água é calma, a areia está limpa, as instalações estão em muito bom estado. É um espaço seguro para os miúdos e tranquilo para nós”, resume Carlos Diogo, ainda a adaptar-se à vida longe da cidade. O casal trabalha em Lisboa, a cem quilómetros de distância, mas a ideia de uma mudança definitiva já se instala. Porque há sossego, hábitos diferentes e outra qualidade de vida. “Estamos a aprender a viver sem tanta confusão, sem McDonald’s à porta, mas com espaço para os miúdos crescerem”, salienta.
Também vindas da capital, Manuela Paixão e Patrícia Agostinho juntaram-se a Paula Paixão e ao pequeno Santiago, de 6 anos, que vivem no Cartaxo. Na véspera, tinham rumado à Costa da Caparica, mas as ondas estavam enormes, o que motivou a procura por outras paragens. A surpresa foi grande. “Passei aqui há muitos anos com o meu marido e não havia nada disto. É um espaço bem organizado e uma boa alternativa, sobretudo para quem está longe do mar. Gosto mais da água salgada, é verdade, mas esta praia é útil e necessária. Permite às pessoas aproveitarem o Verão sem terem de enfrentar deslocações longas ou a confusão do litoral”, sublinha Manuela Paixão.
Para ambas as famílias, este equipamento balnear tem uma função que vai além do lazer, uma vez que contribui para dinamizar o turismo e a economia local. “Quando viajamos também gostamos de passear e encontrar coisas diferentes, além da praia convida sempre a uma voltinha pela localidade”, acrescenta.
Miguel e João, jovens guardiões do Sorraia
Sensivelmente a meio do areal, dois estudantes coruchenses asseguram a vigilância da praia. Miguel Martins, 21 anos, soma três épocas como nadador-salvador; João Freire, de 19, está no segundo ano. Ambos começaram no campo de férias da Associação Búzios como juniores e decidiram profissionalizar essa experiência. “A época tem corrido bem, sem incidentes graves. Em meados de Agosto, tivemos fins-de-semana com quase 600 pessoas, mas a afluência já começa a ser menor”, explica Miguel. O alerta principal é sempre o mesmo: respeitar a zona segura, assinalada por bandeiras. “Ainda há quem arrisque saltar da ponte, mas não é permitido e temos de chamar a atenção”, sublinha.
João Freire recorda um dos episódios mais exigentes da época. Uma pessoa que sabia nadar começou a acusar cansaço e tiveram de a acompanhar até ao areal. Além da vigilância, os jovens passam parte do dia a responder a dúvidas dos utentes. É-lhes explicada a importância do uso de colete para quem pratica stand up paddle, assim como os habituais conselhos sobre exposição ao sol.
As condições de trabalho são consideradas positivas. Os nadadores-salvadores estão apetrechados de prancha, barbatanas e apoio de viatura. “Não nos podemos queixar”, acrescenta. O dia de trabalho faz-se entre as 10h00 e as 18h00, sempre com atenção redobrada. A época balnear terminou em 31 de Agosto, mas em Coruche deve ser estendida em mais uma semana, abrangendo a primeira semana de Setembro.

