Matilde nasceu na A1 dentro de uma ambulância dos Bombeiros de Samora Correia

Uma menina nasceu na madrugada de 27 de Agosto, dentro de uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Samora Correia, em plena auto-estrada A1, quando era transportada para Lisboa. É mais um bebé a nascer na região antes de a mãe chegar à maternidade.
Matilde decidiu não esperar pela chegada ao hospital e nasceu esta madrugada de 27 de Agosto dentro de uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Samora Correia, em plena A1, antes das portagens de Alverca. A mãe, Diana Sofia, foi encaminhada para o Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, devido a constrangimentos no Hospital Vila Franca de Xira, mas o parto aconteceu durante o transporte. Tanto a mãe como a recém-nascida encontram-se bem.
A bebé era para nascer no Hospital Vila Franca de Xira, mas o serviço de urgência de ginecologia e obstetrícia estava encerrado naquela madrugada. O parto aconteceu mesmo a meio do caminho com a ambulância a ter que parar na berma da via rápida. A equipa dos bombeiros de Samora Correia, composta por António Pedro Correia e Lúcia Moreira, contou com o apoio da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Vila Franca de Xira, cuja tripulação integrava o médico e o enfermeiro Ferro, também natural de Samora Correia.
O episódio foi marcado pela emoção de todos os intervenientes, terminando com um final feliz que uniu bombeiros, profissionais de saúde e a família de Diana Sofia na recepção à pequena Matilde.
Bombeiros tornam-se ‘parteiros’ de emergência perante falhas nas urgências
O número de partos realizados em ambulâncias tem aumentado devido ao encerramento e sobrecarga das urgências de Ginecologia e Obstetrícia. Só em 2024 foram registados cerca de 50 casos e, em 2025, nasceram 36 bebés nestas condições até 11 de Julho. O número tem vindo a crescer desde então e já se situa perto do registo de todo o ano anterior.
Na região do Ribatejo, eleva-se, com o nascimento de Matilde, para cinco os partos que ocorreram apenas nos últimos quatro meses, envolvendo corporações de Benavente, Samora Correia, Vila Franca de Xira, Azambuja e Rio Maior. Entre eles estão os nascimentos de Nádia, Maria Sofia, Ana Alice e Lucas, este último em casa com ajuda dos bombeiros e outros em ambulâncias a caminho das unidades hospitalares.
A causa do aumento do número de nascimentos em ambulâncias está ligada ao encerramento recorrente de várias maternidades de Grande Lisboa, Margem Sul, Lezíria e Oeste, devido à falta de profissionais. As corporações sublinham que, embora os operacionais tenham formação para assistir partos, estes momentos geram sempre preocupação, agravada pela incerteza sobre quais hospitais estão disponíveis para receber as grávidas.
Ainda um dia antes do nascimento de Matilde, na A1 em Alverca, os autarcas dos cinco municípios servidos pelo Hospital Vila Franca de Xira saíram sem respostas de uma reunião com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins.