Sociedade | 14-09-2025 12:00

Associação do Entroncamento critica falta de controlo de colónias de gatos

Associação do Entroncamento critica falta de controlo de colónias de gatos
Ana Teresa Santos, uma das voluntárias, lamenta que as esterilizações dos animais estejam a diminuir no Entroncamento - foto O MIRANTE

Voluntários da Associação Abraços de 4 Patas queixam-se de falta de esterilizações e ausência de acompanhamento das colónias de gatos. A Câmara do Entroncamento reconhece o problema de aumento de animais errantes, mas sublinha que a veterinária municipal “não pode fazer milagres”.

Voluntários da Associação Abraços de 4 Patas afirmam que o Programa CED (Capturar, Esterilizar e Devolver) está a perder eficácia no Entroncamento, criticando a actuação da actual veterinária municipal, Ana Filipa Paulo. Em declarações a O MIRANTE, Ana Teresa Santos, voluntária na associação há vários anos, destaca que as esterilizações têm sido reduzidas ao mínimo e que os voluntários estão a assumir responsabilidades que deveriam estar a cargo da veterinária.
O programa CED foi implementado em 2019, através de protocolo entre o município e a Associação Abraços de 4 Patas. A Câmara do Entroncamento assumiu a parte clínica – identificação electrónica, vacinação, desparasitação e esterilização – e a associação ficou responsável pela monitorização e acompanhamento das colónias e de possível encaminhamento para adopção. No entanto, segundo os voluntários, esse equilíbrio perdeu-se nos últimos dois anos. “As esterilizações reduziram-se muito e somos nós, voluntários, que assumimos responsabilidades que deveriam estar a cargo da veterinária”, afirma Ana Teresa, sublinhando que muitas vezes cabe à associação capturar, tratar, comprar medicamentos, levar os animais a clínicas e até comunicar ao município quando aparece algum gato morto.
Ana Teresa recorda que no passado, com outras veterinárias, o programa funcionava melhor e que houve inclusive um ano em que esgotaram a verba destinada às esterilizações. Porém, nos últimos meses nota um retrocesso, agravado pelo aumento dos abandonos de ninhadas, “algumas com bebés a precisar de ser alimentados a biberão”. A voluntária acusa ainda a veterinária de não responder a chamadas quando há alertas sobre animais doentes. Enquanto aguardam soluções, os voluntários dizem sentir que o esforço de anos está a ser posto em causa e pedem uma solução urgente para travar o descontrolo nas colónias de gatos. “Criámos abrigos, legalizámos colónias e conseguimos adoptantes para muitos gatos. Agora parece que voltámos à estaca zero”, desabafa Ana Teresa.
O MIRANTE tentou ouvir a veterinária municipal, Ana Filipa Paulo, mas até à data não obteve resposta.

Município reconhece dificuldades e defende veterinária
Contactada por O MIRANTE, a presidente da Câmara do Entroncamento, Ilda Joaquim (PS), reconheceu o problema do aumento de animais errantes na cidade, mas sublinhou que o mesmo tem origem sobretudo no abandono de animais por parte da população. E referiu que a veterinária tem feito o que pode. “A veterinária está debaixo de uma pressão terrível. Não há resposta possível para esta falta de consciência das pessoas, que abandonam os animais, às vezes às ninhadas”, afirmou.
A autarca explicou que o município tem aumentado o apoio às esterilizações e cuidados de animais de estimação de forma a desincentivar o abandono e que está a preparar uma prestação de serviços com três clínicas veterinárias da cidade, cada uma com capacidade para realizar cerca de 100 esterilizações. O objectivo é que, “já no próximo mês, haja uma redução no número de animais errantes”.

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