Sociedade | 17-09-2025 15:00

Ana Sofia Inácio continua ameaçada de despejo e sem resposta para habitação social

Ana Sofia Inácio continua ameaçada de despejo e sem resposta para habitação social
Ana Sofia Inácio - foto O MIRANTE

Mãe de Samora Correia mantém-se na habitação da Estrada das Vagonetas à espera de uma solução definitiva. Com saída prevista da casa até ao final de Setembro, continua sem resposta da Câmara de Benavente para a transferência do seu processo de habitação social para o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana.

Ana Sofia Gonçalves Inácio, 42 anos, mãe de três filhos, um deles com autismo e incapacidade reconhecida em 60%, continua à procura de uma habitação digna para a família. Apesar da ordem de despejo já decretada, a residente de Samora Correia ainda permanece na pequena casa da Estrada das Vagonetas, cujos novos proprietários não avançaram, até ao momento, com qualquer diligência. “A previsão que tenho é até final do mês de Setembro”, confirma.
Ana Sofia confessa não ter ainda para onde ir, embora tenha tentado procurar alternativas no mercado de arrendamento através dos sites de imobiliárias na região e através das redes sociais. “Mais recentemente, há cerca de 15 dias, enviei um email dirigido ao presidente da Câmara de Benavente para pedir a transferência do meu processo de habitação social para o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU). Até 8 de Setembro não tive qualquer resposta, nem sequer a nota de recepção da correspondência”, lamenta.
Perante a ausência de soluções, recorreu no dia 5 de Setembro à Segurança Social para pedir o requerimento jurídico que lhe permita contratar um advogado. Ao mesmo tempo, dedicou-se nas últimas semanas à preparação do regresso às aulas dos filhos, procurando dar-lhes alguma normalidade.
O caso ganhou dimensão pública após a divulgação em O MIRANTE, que levou leitores a manifestarem-se solidários. Um deles, Bruno Pinto, escreveu: “Se essa senhora está disposta, eu tenho casa e posso ajudar, mesmo com as crianças. Tenho condições para poder ajudar, não por muito tempo, mas até ela poder sair dessa situação. Mais não posso fazer”.
Ana Sofia Inácio diz que ainda não conseguiu responder a todas as mensagens de solidariedade recebidas, mas garante que vai agora contactar o leitor que se ofereceu para ajudar. “Não consegui ler todos os comentários na altura. Agora que sei, vou procurar e contactar”, assegura.

Vítima de violência doméstica
Desde 2020 que a mãe luta por uma solução habitacional. Depois de denunciar uma situação que viveu de violência doméstica, mudou-se para Samora Correia para ocupar uma casa devoluta da avó, sem água nem luz. Foi nesse mesmo ano que se inscreveu nos concursos de habitação social do município, mas acabou excluída dos resultados publicados em 2022.
Em Novembro de 2024, a habitação da família foi vendida em tribunal em processo de partilhas de heranças. Durante alguns meses contou com a compreensão dos novos proprietários, mas em Junho deste ano um juiz decretou a entrega imediata da habitação. Com as férias judiciais pelo meio, o mês de Setembro é o prazo final para a saída. A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens chegou a avaliar as condições da casa e deixou em aberto a possibilidade de acolhimento institucional dos três menores, cenário que a mãe diz querer evitar a todo o custo.
A única proposta concreta apresentada pela autarquia foi o pagamento da entrada e caução de uma renda até 500 euros, solução considerada inviável devido à escassez de casas disponíveis no concelho e ao aumento dos preços. O IHRU já confirmou que a família reúne os requisitos necessários para apoio, mas sublinhou que só pode agir se o processo for encaminhado pela câmara municipal.
Enquanto o impasse se arrasta, Ana Sofia Inácio afirma que não desiste de lutar.

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