Sociedade | 18-09-2025 15:00

Clientes da Caixa Agrícola da Chamusca obrigados a levantar dinheiro ao balcão

Clientes da Caixa Agrícola da Chamusca obrigados a levantar dinheiro ao balcão
Utentes denunciam degradação do serviço na Caixa Agrícola da Chamusca - foto DR

Os clientes da Caixa Agrícola da Chamusca são obrigados a fazer quilómetros para levantar dinheiro ao balcão, uma vez que o banco não lhes envia o cartão antes de perder a validade. Clientes continuam a pagar as despesas obrigatórias mesmo sem acesso a cartão e ainda têm que pagar para levantar dinheiro ao balcão.

O mau serviço que a Caixa de Crédito Agrícola da Chamusca presta aos seus clientes continua a gerar muita contestação na população de várias localidades do concelho. Depois do fecho de balcões nas freguesias e dos problemas originados pela falta de recursos humanos, alguns clientes queixam-se agora por estarem obrigados a levantar dinheiro ao balcão da sede do banco, na Chamusca, uma vez que a Caixa não lhes fez chegar os cartões multibanco antes de perderem a validade.
O MIRANTE falou com alguns clientes da freguesia da Carregueira que não escondem a indignação pela situação e afirmam que a qualidade do serviço prestado pela Caixa se tem vindo a degradar ao longo dos últimos anos. Uma das clientes, que pediu para não ser identificada, tem 75 anos e muitas dificuldades em deslocar-se à sede de concelho para realizar levantamentos. Diz que a validade do seu cartão expirou há uns meses e que aguardava que o banco lhe mandasse o novo cartão antecipadamente, mas que isso nunca aconteceu. Diz que até hoje não houve qualquer justificação apresentada pela Caixa; acrescenta ainda que continua a pagar as despesas exigidas pelo banco e que para realizar levantamentos tem que pagar um custo acima dos quatro euros, que a Caixa Agrícola da Chamusca garante voltar a repor. A cliente revela que é obrigada a fazer levantamentos de várias centenas de euros para poder viver durante o mês. “Parece que voltámos ao tempo do guardar dinheiro debaixo dos colchões”, afirma, com ironia.
Na Carregueira também há quem se desloque à sede da Caixa de Crédito Agrícola da Chamusca de bicicleta e que venha do banco com as mãos a abanar. É o caso de um outro cliente, que também pediu anonimato, que explica a O MIRANTE que recentemente se deslocou ao balcão para levantar dinheiro, e não o conseguiu por problemas no acesso à conta. Disseram-lhe que não conseguiam resolver a questão no momento e que a situação podia demorar meses a resolver.
Embora os relatos mais graves que chegaram ao nosso jornal sejam de clientes da Carregueira, devido às distâncias e dificuldades nas deslocações, sobretudo das pessoas mais idosas, O MIRANTE também tem relatos de clientes da Chamusca e de outras localidades do concelho, embora as suas vidas não sejam tão prejudicadas por estarem mais próximos da sede do banco. Na Parreira e Chouto o problema não se sente com a mesma intensidade uma vez que a Caixa fechou o balcão naquela freguesia e perdeu quase todos os clientes para delegações de outros bancos em Almeirim e Alpiarça
Alguns dos associados com quem O MIRANTE tem conversado desde que a Caixa da Chamusca começou a ter problemas graves de gestão, afirmam que a situação financeira da instituição é delicada e que a redução de custos nos recursos humanos tem sido a palavra de ordem do actual presidente da direcção, Carlos Amaral Netto, que já herdou de Vasco Cid uma situação complicada. Recorde-se que a Caixa Agrícola da Chamusca é uma cooperativa das poucas que não pertence ao sistema bancário que reúne todas as Caixas Agrícolas em Portugal e por não se ter fundido com outras agências de proximidade também não beneficia de algumas vantagens.
O MIRANTE contactou a direcção da Caixa mas até agora não obteve qualquer esclarecimento.

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