Casa mortuária de Benavente só avança no próximo mandato

A construção da casa mortuária de Benavente, promessa antiga da autarquia e reclamada pela população, não ficará concluída até ao final do actual mandato, admitiu o presidente do município.
O dossiê da casa mortuária de Benavente voltou a marcar a agenda política local. Na reunião pública da câmara, realizada a 1 de Setembro, o munícipe Silvestre Pedrosa voltou a pressionar o executivo para cumprir a promessa de um espaço condigno para velórios na vila, uma reivindicação que se arrasta há mais de uma década.
“Foi-me dito há mais de um ano que a casa mortuária estaria pronta até ao fim do mandato. Pergunto como é que estão as obras e onde é que está a ser feita porque gostava de a visitar?”, lançou o cidadão, que noutras ocasiões insistiu, em sessões de câmara e da junta de freguesia, na necessidade de construir de raiz um local onde familiares e amigos possam prestar as últimas homenagens aos falecidos antes do enterro ou cremação.
O presidente da autarquia reconhece que a obra não avançará no actual ciclo político, mas assegurou que ficará preparada para o futuro executivo. “A localização foi consensualizada com os eleitos da câmara e da junta de freguesia, no espaço onde actualmente se realiza o mercado mensal. O projecto está concluído e em fase de revisão. Não fica concluído neste mandato, mas ficará dinheiro nos cofres do município, até porque a verba está inscrita no orçamento municipal, e o projecto afinado para avançar”, explica Carlos Coutinho.
O autarca especifica que está previsto um investimento de 600 mil euros no orçamento municipal para a concretização da empreitada. “Ficará um espaço digno para aqueles que são sempre momentos difíceis e de dor. Benavente não tem hoje um espaço com as condições necessárias para esse fim”, reforça.
O impasse em torno da casa mortuária arrasta-se desde 2018, quando a autarquia tentou, sem sucesso, avançar com obras de ampliação na infraestrutura da Igreja Matriz de Benavente, projecto travado por uma queixa no Ministério Público relacionada com a cedência de terreno. O tribunal acabou por arquivar o processo, mas as obras nunca aconteceram.
O município equacionou a construção do equipamento fúnebre na entrada do cemitério, uma hipótese que não colheu concordância na autarquia, partindo-se depois para uma localização situada no Largo de São Bento, mas as negociações de aquisição de um armazém não se concretizaram. Foi a zona onde se realiza o mercado mensal de Benavente, junto à sede da Cáritas, que gerou consenso entre os eleitos da câmara e da junta de freguesia.
Em Setembro de 2023, a vice-presidente da câmara, Catarina Vale, confirmava que a autarquia tinha entregue o processo a projectistas, enquanto a presidente da junta de freguesia, Inês Correia, lamentava já estar à espera do equipamento há 11 anos.