Autocarro cultural de Arruda dos Vinhos voltou a circular depois de erro caricato

Investimento municipal de 30 mil euros esteve meses sem poder circular devido a erro burocrático que só agora foi resolvido. Nas primeiras passagens pelo concelho a procura esteve dentro do previsto, mas o presidente do município diz que há margem para melhorar.
Nas primeiras semanas em que esteve a percorrer as estradas do concelho de Arruda dos Vinhos, o autocarro cultural do município cativou o interesse de quase meia centena de pessoas, um valor que o presidente do município espera poder vir a crescer no futuro. Isto depois, recorde-se, de o veículo voltar a circular depois de ter estado quase um ano parado devido a um problema caricato com a emissão do documento único, que levou a viatura a chumbar na inspecção. “Ele teve uma participação mais expressiva quando esteve no centro da vila de Arruda, mas em Alcobela de Cima as coisas não correram muito bem”, informou o presidente do município, Carlos Alves, na última reunião de câmara.
Segundo o autarca, a comunidade já está mais sensibilizada para a existência do autocarro cultural, sendo que os primeiros números mostram que Arruda dos Vinhos e Cardosas foi onde se registou maior procura da comunidade. O autocarro, adaptado pela Câmara de Arruda dos Vinhos para concretizar o projecto “Cultura+Perto”, custou mais de 30 mil euros aos cofres do município. Esteve parado e impedido de circular por causa de um erro burocrático. O executivo esperava ter o autocarro a circular nas ruas do concelho em Janeiro deste ano, mas tal não aconteceu, o que chegou a motivar críticas dos vereadores da oposição.
Em Maio deste ano, em reunião de câmara, Paulo Pinto (PS), vice-presidente do executivo, já tinha lamentado o caso e garantindo que o autocarro iria começar a circular rapidamente “e em força”. O autarca falou num engano lamentável, “quase surrealista”, na emissão do Documento Único Automóvel (DUA) por parte do Instituto da Mobilidade e Transportes. “O DUA refere que a cor da viatura é azul e outras, quando é verde. Quando foi fazer a inspecção B, que é fundamental para poder circular, acabou por chumbar por causa disso. O IMT assumiu o erro e já emitiu novo documento”, explicou Paulo Pinto.
O assunto foi noticiado pela primeira vez em O MIRANTE em Novembro de 2024, depois do Instituto da Mobilidade e dos Transportes demorar mais de seis meses a emitir uma licença necessária para que o autocarro pudesse circular. O autocarro foi adaptado no início de 2024 para levar actividades culturais, lúdicas e de promoção do conhecimento a todo o concelho, mas até Novembro aquele organismo do Estado ainda não tinha emitido a licença que permitia ao veículo circular. Isto porque o autocarro foi convertido, deixando de servir para transporte de passageiros passando a ser multiusos. O projecto “Cultura+Perto” foi apresentado a 9 de Maio do ano passado, feriado municipal, pelo presidente da câmara, Carlos Alves, que destacou a intenção do município em fazer chegar a cultura a todos os pontos do território. Aquando da apresentação do projecto, o município conseguiu uma licença temporária do IMT para a viatura poder circular.