Sociedade | 21-09-2025 07:00

Bombeiros de Vila Franca de Xira vão hipotecar quartel para financiar novas viaturas

Bombeiros de Vila Franca de Xira vão hipotecar quartel para financiar novas viaturas
Bombeiros de Vila Franca de Xira estão com as viaturas a somar demasiados anos de serviço sem serem substituídas - foto arquivo O MIRANTE

Solução está a causar polémica entre alguns sócios da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Franca de Xira, que questionam a medida. Presidente da direcção diz que é a única forma de substituir uma ambulância que ficou destruída num acidente em Dezembro de 2024 e um veículo de transporte de água com 36 anos de serviço.

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Franca de Xira quer contratar um empréstimo de 350 mil euros à Caixa Agrícola de VFX e Arruda dos Vinhos, garantindo a operação com a hipoteca do quartel, visando financiar a compra de duas viaturas e a reparação de uma terceira. A solução alarmou alguns sócios e tem gerado polémica na cidade.
O presidente da direcção, Bernardino Lima, explica a O MIRANTE que a decisão é fundamental para substituir duas viaturas. A primeira é um veículo táctico de transporte de água para incêndios florestais com capacidade para 4.500 litros, onde o tanque, devido aos 36 anos da viatura, começou a apresentar fissuras e a perder água. O orçamento para a reparação é superior a 40 mil euros. “A direcção achou que gastar 40 mil euros num carro com aquela idade, que hoje tem um depósito partido e amanhã terá o eixo e depois o semi-eixo partido, não valia a pena”, explica. O dirigente diz que foram pedidos dois orçamentos, um deles da Mercedes (350 mil euros) e outro da Iveco, de 250 mil euros.
A segunda viatura visa substituir uma ambulância que ficou totalmente destruída num aparatoso despiste em Dezembro de 2024, quando seguia em marcha de urgência junto à antiga Escola da Armada, em VFX. A corporação concorreu ao Orçamento Participativo tentando obter apoios para a compra mas não conseguiu. Também bateram à porta de Fernando Paulo Ferreira, presidente da câmara, a pedir ajuda, sem sucesso. “Como é lógico, não podemos ficar eternamente à espera de uma ambulância que nos faz imensa falta. Por isso, a única solução é comprar uma e acrescentar perto de 80 mil euros à soma do carro anterior”, explica. Por fim, a auto-escada da corporação teve de ser revista e arranjada, com a conta a rondar os 36 mil euros.
“Não nos resta outra escolha senão pedir à Caixa Agrícola um empréstimo para podermos fazer face a estas três coisas. Eles dão-nos o dinheiro com uma taxa de juro bastante atractiva, de 1,5%, que é um valor que normalmente só se consegue para habitação, não para empresas desta natureza. E como é lógico solicitam-nos uma garantia real para o dinheiro e tem de ser o quartel”, explica o dirigente, que foi bancário de profissão.
O dirigente garante que a solução não é um passo maior do que a perna e que o empréstimo será pago em 12 anos em prestações a rondar os três mil euros mensais. “Um valor que não tem qualquer problema em ser pago, é viável”, garante, numa corporação que tem uma dívida à banca a rondar os 47 mil euros. Bernardino Lima diz que a polémica se prende com o período eleitoral que se vive. “Se nos últimos 30 anos, esta gente que hoje está tão preocupada, tivesse comprado carros e feito as intervenções que são necessárias, não teríamos agora de passar por isto. Em quatro anos já tivemos de comprar três carros”, lamenta. A subscrição e contratação do empréstimo vai a discussão dos sócios em assembleia geral a realizar a 22 de Setembro no quartel, pelas 20h30.

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