Combate às baratas foi reforçado mas praga persiste no concelho de Benavente

Moradores de Benavente e Samora Correia voltam a denunciar uma praga de baratas que invade habitações e espaços públicos, apesar das acções de desinfestação. A câmara reconhece as dificuldades e atribui o problema às restrições impostas pela União Europeia no uso de químicos.
A praga de baratas é um cenário que se repete em vários pontos do concelho de Benavente. Entre relatos de insectos a passearem-se em passeios, garagens, a subirem paredes de apartamentos e o receio de as encontrar dentro de casa, a população exige soluções urgentes para um problema que considera “repugnante”. Artur Pinto, residente desde 2002 no Largo do Zambujo, em Benavente, é um dos que se queixa. “É uma situação que ocorre em vários sítios de Benavente e de Samora Correia (…) No meu prédio já dei com algumas, dentro de casa não, mas nos outros locais que mencionei sei que as pessoas dão com as baratas dentro da habitação. Tenho inclusive fotografias e vídeos”, descreveu, lamentando a ineficácia das acções de desinfestação.
O morador conta que já alertou a Câmara de Benavente para a situação, sem ver resultados práticos. “Escrevi ao município no início de Agosto e pedi que tentassem arranjar uma solução até ao final do mês. A resposta que me deram foi de que iriam tentar fazer um forcing, que não vi. A situação está exactamente na mesma e não me pareceu que tenham levado a questão a sério”, sublinha o munícipe que reside no concelho desde 1977.
O morador, ex-bancário de profissão, diz que as queixas se estendem a Samora Correia, onde tem pessoas conhecidas que lhe dizem sofrer com a praga destes insectos, mas em Benavente, sobretudo à noite, é possível observar as baratas em zonas como a Estrada de Santo Estêvão, os bairros em redor do campo de futebol e nas urbanizações de Valverde ou da Quinta do Portão de Ferro. Nas garagens deste último bairro a situação, como refere, “é descomunal”.
O presidente da câmara, Carlos Coutinho (CDU), reconhece que o problema “é extremamente preocupante”, mas justifica a falta de eficácia com as normas comunitárias que restringem a eficácia dos produtos utilizados. Segundo o autarca, o município tem “em permanência uma equipa no concelho” dedicada ao controlo da praga e, em Agosto, reforçou a intervenção com uma segunda equipa devido ao aumento de ocorrências. O trabalho é feito em articulação com a empresa Águas do Ribatejo, que tem responsabilidades ao nível dos colectores de saneamento, enquanto a câmara intervém nos pluviais.
Recorde-se que, em Abril deste ano, O MIRANTE noticiou que moradores de Porto Alto e de Samora Correia já se queixavam da invasão de baratas. Na altura, Carlos Coutinho admitia igualmente dificuldades no combate devido às limitações ambientais. Entretanto, o calor e as noites de Verão parecem ter dado novo fôlego a uma praga que teima em resistir aos esforços de controlo, deixando os moradores desconfortáveis e a pedir uma resposta mais eficaz.