Sociedade | 22-09-2025 15:00

Vila Franca de Xira já investiu perto de um milhão de euros no sonho de um novo tribunal

Vila Franca de Xira já investiu perto de um milhão de euros no sonho de um novo tribunal
Rita Júdice (ao centro) foi a terceira ministra da Justiça a visitar Vila Franca de Xira para prometer o arranque da obra do novo e muito necessário tribunal da cidade - foto arquivo O MIRANTE

Três ministras depois, o concelho de Vila Franca de Xira continua à espera do cumprimento das promessas do Estado que, por um motivo ou por outro, nunca saíram do papel. Município comprou o terreno, fez demolições e ainda pagou o projecto, mas o novo tribunal continua por nascer. Funcionários judiciais, juízes e utentes continuam a ser servidos por um edifício sem as melhores condições.

O futuro Tribunal de Vila Franca de Xira tem sido um sorvedouro de dinheiro, mesmo sem nunca ter saído do papel, especialmente para o município, que na última década investiu mais de um milhão de euros do erário público a tentar ajudar o Estado central a fazer uma obra que é da sua competência e que, por um motivo ou outro, nunca viu a luz do dia.
Na última semana ficou a saber-se que o concurso público lançado pelo Governo no final do ano passado para fazer a obra, no valor de 11,5 milhões de euros, ficou deserto por falta de interesse dos empreiteiros. Sem contar com a compra do terreno da antiga Escola da Armada, que custou 8 milhões de euros ao município e que este cedeu parcialmente ao Estado para que o tribunal ali possa nascer, a câmara investiu 450 mil euros na elaboração do projecto para o edifício. A autarquia, recorde-se, ficou responsável por encomendar a realização do projecto quando, há seis anos, rubricou um protocolo de cooperação com o Ministério da Justiça para construir o novo tribunal da cidade. Um investimento falado há muitos anos e que visa substituir o actual tribunal, que não tem o mínimo de condições.
Além dos custos com o projecto, o município também investiu outros 235 mil euros nas demolições de três edifícios que existiam na antiga Escola da Armada para acomodar o novo tribunal. Está também planeado e acordado com o Ministério da Justiça um investimento adicional de 1,2 milhões de euros em arranjos exteriores e construção das futuras acessibilidades ao edifício, quando este entrar em obra.
Uma verba elevada que o presidente do município, Fernando Paulo Ferreira, já tinha dito em Setembro do ano passado ser um investimento necessário para ajudar o Estado a avançar com a obra. “Estamos a tentar ajudar o Governo a concretizar um novo equipamento de que o concelho muito precisa”, afirmou aos jornalistas à saída da cerimónia de cedência formal do terreno. Entretanto, o autarca não escondeu o desapontamento por ver este ano o concurso ficar deserto, já tendo escrito uma carta ao primeiro-ministro avisando-o da necessidade de que a obra avance por ser considerada prioritária.

Governo prepara novo concurso
Face ao procedimento concursal ter ficado deserto, tudo indica que o Estado deverá lançar novo concurso público, revendo em alta o valor base para captar o interesse das construtoras. Não se sabe ainda quando isso acontecerá. A construção do novo tribunal é uma aspiração antiga de Vila Franca de Xira, cidade onde o actual Palácio da Justiça - construído em 1964 - já não tem condições nem capacidade para responder às necessidades de uma zona com mais de 160 mil habitantes, dos concelhos de VFX e Arruda dos Vinhos.
O novo edifício será construído no antigo complexo militar da Armada que foi comprado pelo município, numa área de intervenção a rondar os 7.500 metros quadrados. O novo edifício terá capacidade para 650 pessoas, entre 100 magistrados e funcionários e público em geral, receberá os juízos de Trabalho, Comércio e Criminal e terá 10 salas de audiência. Vai centralizar no mesmo local juízos que hoje estão dispersos por vários locais, incluindo o Comércio, que funciona no vizinho concelho de Loures.

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