Sociedade | 25-09-2025 21:00

Petição em Almeirim exige fecho de aterro da Raposa e alerta para falta de fiscalização

Petição em Almeirim exige fecho de aterro da Raposa e alerta para falta de fiscalização

Selagem do aterro da Raposa, no concelho de Almeirim, deverá ser feita até ao final do ano, mas cidadãos exigem mais transparência no processo. Petição já juntou perto de 700 pessoas.

Um grupo de cidadãos do concelho de Almeirim lançou uma petição pública exigindo o encerramento do aterro sanitário da Raposa, gerido pela empresa intermunicipal Ecolezíria, alegando riscos ambientais e falta de fiscalização. Segundo a petição, a iniciativa surge na sequência de um incêndio ocorrido a 23 de Abril dentro do recinto do aterro, junto à Estrada Nacional 114, que se soma “a anos de queixas da população sobre odores intensos, degradação da qualidade de vida e ausência de respostas concretas por parte da empresa gestora”.
Um dos porta-vozes do movimento, Filipe Casimiro, afirmou que “não há respostas, não há datas, nem planeamento estratégico” sobre o futuro do aterro, acrescentando que a população se sente “desconsiderada e sem acesso a informação clara sobre o funcionamento do aterro”. “Não sabemos se existe uma licença válida nem se estão a operar de forma correcta”, afirmou à Lusa.
A petição, que já ultrapassou os 600 subscritores, exige a suspensão imediata do depósito de resíduos até à realização de uma inspecção independente por parte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), do Ministério do Ambiente e da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). Os signatários pedem ainda um prazo concreto para o encerramento definitivo do aterro e maior transparência por parte da Câmara Municipal de Almeirim e da Ecolezíria.
Segundo o porta-voz, os impactos sentidos pela população incluem “maus cheiros, partículas no ar, presença de aves e mosquitos” e degradação da paisagem. O incêndio de Abril, que terá mantido focos activos durante semanas, é apontado como exemplo da “falência do modelo de operação actual”. O grupo já entregou uma carta aberta à Junta de Freguesia da Raposa e uma exposição pública na Assembleia Municipal de Almeirim, solicitando uma reunião com todos os intervenientes — junta, câmara, Ecolezíria e entidades competentes — para esclarecimento público. “Queremos respostas fundamentadas, com provas e números, para não sermos enganados”, sublinhou o porta-voz, acrescentando que “não existem actas dos últimos anos, não há registos escritos das reuniões, tudo é transmitido de forma vaga” e que foi enviado um pedido formal à Ecolezíria para acesso às actas e documentos técnicos, com base na legislação em vigor. A iniciativa decorre a poucas semanas das eleições autárquicas, mas os promotores garantem que o movimento “não tem qualquer ligação partidária” e pretende garantir que o assunto “fica em acta” para ser tratado independentemente do executivo que venha a assumir funções.
Recorde-se que o aterro já tinha atingido o máximo de vida útil e fechou em Abril de 2015. Os lixos dos seis municípios da Ecolezíria passaram a ser encaminhados para o sistema vizinho da Resitejo (actual RSTJ - Gestão e Tratamento de Resíduos) na Carregueira, Chamusca. E assim aconteceu durante cinco anos, até que se iniciou o processo com vista à selagem do aterro da Raposa, que tinha substituído uma lixeira no mesmo local, até que houve uma reviravolta relacionada com custos e procedimentos técnicos. A perspectiva é que a selagem do aterro deve ser feita até final do ano e como a Ecolezíria não tem outro sistema de tratamento terá de negociar com outros operadores para encaminhar os resíduos.

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