Caixa Agrícola da Chamusca presta mau serviço aos clientes e não se justifica

Caixa Agrícola da Chamusca vive momentos difíceis há vários anos com o fecho de balcões, despedimentos colectivos, um roubo que fica para a história e, mais recentemente, uma polémica com o não envio de cartões bancários aos clientes que está a gerar revolta na população.
A Caixa de Crédito Agrícola da Chamusca é cada vez mais “um barco à deriva”, uma expressão utilizada por muitos dos seus clientes que estão insatisfeitos com a má gestão da instituição e a falta de qualidade do serviço que prestam à população. Na última década são muitos os problemas que a Caixa Agrícola da Chamusca não soube resolver. Para além do fecho de balcões em freguesias do concelho da Chamusca, como a Carregueira e a Parreira, e o encerramento de balcões nos concelhos de Constância e Golegã, a cooperativa tem no seu historial despedimentos colectivos, um roubo de cofres que lesou clientes em dezenas de milhares de euros (nunca foram indemnizados) e, mais recentemente, uma polémica com o não envio de cartões bancários aos clientes, que está a gerar revolta na população.
Recorde-se que, tal como O MIRANTE noticiou em edição passada, alguns clientes queixam-se por estarem obrigados a levantar dinheiro ao balcão da sede do banco, na Chamusca, uma vez que a Caixa não lhes fez chegar os cartões multibanco antes de perderem a validade. Segundo testemunhos partilhados com o nosso jornal, alguns clientes são obrigados a fazer dezenas de quilómetros para levantar dinheiro ao balcão, pagar um custo associado a esse serviço, sendo que alguns deles já chegaram a sair do banco “de mãos a abanar”.
Depois de O MIRANTE tornar pública a situação, foram dezenas os comentários de clientes à notícia, denunciando o mau serviço e a vontade que têm de fechar a sua conta no banco. “O cartão expirou em Agosto e até agora nenhum para substituir, o que causa um transtorno gigante para qualquer pessoa ainda mais quando se trata de idosos. No caso do meu pai, com 78 anos, já teve de ir ao banco ver do que se tratava e até agora nada. Inadmissível esta situação”, lê-se num comentário. Outro cliente afirma que “também nós ficamos sem cartão da Caixa Agrícola numa máquina multibanco no Hospital de Santarém. No balcão na Chamusca, pedem muitas desculpas, sem data prevista para o envio de outro cartão. Acho mesmo que vamos encerrar conta e mudar de entidade bancária”, revela. “Conheço duas pessoas do balcão da Golegã que estão na mesma situação há meses à espera do cartão e ainda não sabem para quando”, lê-se noutro comentário.
A situação em que se encontra a instituição, liderada por Carlos Amaral Netto, actual presidente da direcção, que já herdou de Vasco Cid uma situação complicada, é para muitos dos clientes com quem o nosso jornal tem conversado “irreversível”. A falta de organização e de proximidade com os clientes, duas características que faziam da Caixa Agrícola da Chamusca uma entidade bancária de referência, já há muito deixaram de existir, afirmam. O facto de a actual direcção não ter coragem de emendar a mão dos erros antigos também é uma das razões para a perda de confiança de muitos clientes na instituição.
A Caixa Agrícola da Chamusca é uma cooperativa das poucas que não pertence ao sistema bancário que reúne todas as Caixas Agrícolas em Portugal. Segundo apurou O MIRANTE há mais quatro instituições na mesma situação. Esta tomada de posição da actual direcção da Caixa Agrícola da Chamusca também tem colocado em causa a sua sustentabilidade, uma vez que não beneficia de todas as vantagens que unem as caixas agrícolas em Portugal.