Sociedade | 30-09-2025 21:00

Centro Social da Carregueira continua a viver pesadelo diário e trabalhadores fazem primeira greve

Centro Social da Carregueira continua a viver pesadelo diário e trabalhadores fazem primeira greve
Horácio Ruivo e Eduarda Caetano, presidente e vice-presidente do Centro de Apoio Social da Carregueira - foto arquivo O MIRANTE

Situação financeira do Centro de Apoio Social da Carregueira é muito delicada e maioria dos trabalhadores realizou uma greve parcial exigindo o pagamento de subsídios em atraso, retroactivos salariais e melhores condições laborais.

Os trabalhadores do Centro de Apoio Social da Carregueira (CASC), no concelho da Chamusca, estiveram em greve na terça-feira à tarde, 16 de Setembro, exigindo o pagamento de subsídios em atraso, retroactivos salariais e melhores condições laborais. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, que convocou a paralisação, a greve contou com a adesão da maioria dos funcionários e afectou os serviços de apoio domiciliário e centro de dia. No regime de permanência interna (RPI), apenas os serviços mínimos foram garantidos.
De acordo com o sindicato, entre as reivindicações dos trabalhadores, que estiveram concentrados junto à instituição durante o período da paralisação, entre as 14h30 e as 17h00, está o pagamento de subsídios em atraso, retroactivos salariais e melhores condições laborais. Os trabalhadores exigem ainda o pagamento do subsídio de refeição para os turnos da noite, previsto no contracto colectivo de trabalho, e a contratação de mais recursos humanos. “A maior parte dos trabalhadores aufere o salário mínimo e enfrenta graves dificuldades. A administração diz que tem compromissos com água, luz e bens essenciais, mas os trabalhadores também têm necessidades básicas e não podem continuar sem receber o que lhes é devido”, afirmou à Lusa Teresa Faria, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas.
O MIRANTE tem dado conta da situação delicada do CASC. O presidente da direcção, Horácio Ruivo, já tinha referido ao nosso jornal que a instituição está a acumular dívidas e tem prestações bancárias em atraso. “É um pesadelo diário, mas vamos continuar a trabalhar, embora com uma angústia terrível”, disse, numa conversa realizada em Fevereiro de 2024. O dirigente explicou ainda que as reuniões que a direcção do Centro de Apoio Social da Carregueira tem tido com a Segurança Social de Santarém e com o executivo da Câmara Municipal da Chamusca não têm surtido o efeito desejado.
O CASC tem prejuízos todos os meses de milhares de euros, estando a actividade regular da IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social) cada vez mais comprometida. O Centro de Apoio Social da Carregueira dá resposta a cerca de 150 utentes, em regime de residência, domicílio e centro de dia, e tem nos seus quadros cerca de 70 funcionários. Na altura, Horácio Ruivo explicou que a direcção que preside não vai baixar os braços e que vai continuar a fazer tudo para manter a “máquina” em funcionamento, mesmo com a falta de apoios da autarquia.
A relação entre a direcção da instituição e o município continua a ser muito tumultuosa. Recorde-se que o conflito entre o CASC e a Câmara Municipal da Chamusca também já chegou aos tribunais num processo que tem como principal causa, entre outras razões, as obras realizadas na ERPI (Estrutura Residencial para Pessoas Idosas) e as contrapartidas financeiras pela instalação de empresas no Eco Parque do Relvão.

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