Entroncamento com maior subida da natalidade e Coruche com a maior descida

Mação e Sardoal continuam no fundo da tabela, com menos de cinco bebés por mil habitantes. Entroncamento e Chamusca são os concelhos que mais aumentaram a taxa de natalidade.
A taxa bruta de natalidade teve uma ligeira subida na região, mas os números mostram grandes diferenças entre os concelhos. O destaque vai para o Entroncamento e Chamusca, que lideraram o crescimento em 2024. No lado oposto estão Mação e Sardoal, onde nascem menos de cinco bebés por cada mil habitantes.
De acordo com os dados do Pordata, consultados por O MIRANTE, o Entroncamento passou de 9 para 11,3 bebés por mil habitantes, a maior subida do distrito. A Chamusca também registou uma evolução significativa, de 6,4 em 2023 para 8,1 em 2024. Em média, os 25 concelhos da área de abrangência do nosso jornal subiram ligeiramente, de 7,3 para 7,4 nascimentos por mil habitantes. Já no país a tendência foi inversa: a natalidade caiu de 8,1 para 7,9.
Nem todos os concelhos acompanharam o ritmo. Coruche registou a maior descida, com menos 1,7 nascimentos por mil habitantes face a 2023. E os números mais baixos continuam a ser de Mação e Sardoal, ambos com valores inferiores a cinco, confirmando as dificuldades de fixar a população jovem e de contrariar o envelhecimento.
Apoios municipais à natalidade
Para tentar travar a tendência nacional, várias câmaras da região criaram programas para apoiar as famílias. No Entroncamento, cada bebé que nasce recebe um vale de 250 euros através do programa “Olá Bebé”, que podem ser gastos em estabelecimentos aderentes. Ourém apostou numa ajuda às famílias durante os primeiros três anos do bebé. Alpiarça lançou o “Vale Farmácia Recém Nascido”. Desta forma, as famílias com bebés recém-nascidos têm direito a um vale para gastar em farmácias do concelho. Já o Sardoal atribui um subsídio mensal que pode chegar aos 60 euros durante o primeiro ano de vida. Há concelhos, como Mação e Alcanena, que entregam cabazes de nascimento e vales para farmácias e comércio local. O objectivo é o mesmo em toda a região: aliviar o peso das despesas e tentar segurar jovens casais numa região cada vez mais envelhecida.
Os números de 2024 mostram que é possível inverter a curva em alguns pontos da região. Enquanto Portugal continua a perder natalidade, as autarquias apostam em apoios locais e juntam-se aos apoios oferecidos pelo Estado. A dúvida é se serão suficientes para travar uma tendência que passou a ser um dos maiores desafios para o futuro do país e da nossa região.