Estão quase a chegar os cartões da Caixa Agrícola da Chamusca

Foi com os recortes de O MIRANTE na mão que a administração da Caixa foi junto da SIBS pedir urgência na renovação dos cartões uma vez que os clientes já são poucos e a maioria parece estar descontente.
A Caixa Agrícola da Chamusca está de volta com os cartões de débito e crédito para os seus associados depois de a administração se ter descuidado na actualização da tecnologia para a sua renovação junto da SIBS, a entidade que emite os cartões para toda a banca portuguesa. As notícias de O MIRANTE sobre o assunto fizeram a administradora da Caixa Agrícola da Chamusca andar mais depressa junto dos responsáveis pela emissão dos cartões. Terá sido com os recortes do jornal na mão que um dos técnicos da empresa, onde O MIRANTE também chega, e é lido online, que a administradora procurou a solidariedade da organização para que os clientes parassem com os protestos e o assunto não chegasse a ser notícia mais alargada.
Segundo fonte da Caixa Agrícola, a instituição tem apenas cerca de setecentos cartões para actualizar junto da SIBS, embora só pouco mais de uma centena é que tenha utilização regular. Estes números dizem bem da fraca importância que a Caixa Agrícola da Chamusca tem no mercado do concelho e da vizinha Golegã, onde ainda mantém uma filial de porta aberta, embora só com dois funcionários. De resto, nos últimos anos a Caixa fechou os balcões de Constância, Azinhaga, Carregueira e Parreira, tendo acabado também com as máquinas de levantamento de dinheiro (ATM). Nos casos da Parreira e da Carregueira, a direcção da Caixa rejeitou qualquer negociação com as juntas de freguesia que queriam que a Caixa continuasse de portas abertas para facilitar a vida aos habitantes. No caso da Parreira, o presidente da junta, Bruno Oliveira, acusou mesmo a direcção de falta de interesse em servir a população do concelho, e para demonstrar o seu desagrado foi a uma assembleia-geral da instituição em 2022 tendo sido o único que votou contra uma proposta da ordem de trabalhos, argumentando que não podia votar documentos que lhe tinham dado a ler no próprio dia da assembleia, o que para bom entendedor meia palavra basta.
No artigo que publicamos em Junho 2022, já dávamos conta da situação difícil da Caixa Agrícola da Chamusca, dando notícia nomeadamente dos despedimentos colectivos de funcionários que, com o fecho dos balcões, se tornaram inevitáveis. A mais badalada de todas as saídas foi a de João Carlos Silva, um dos melhores funcionários da instituição, que estava, na prática, a substituir Francisco Galvão, na altura já reformado. A Caixa chegou a ter 26 funcionários. Hoje deve ter cerca de uma dezena.
Recorde-se que a Caixa Agrícola da Chamusca nunca quis aderir à A FENACAM – Federação Nacional das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo, sendo uma das poucas instituições de crédito agrícola fora do sistema. A falta de trabalhadores e de dimensão faz com que estes incidentes, como não conseguir renovar os cartões dos associados, entre outros que já aconteceram, ponham em causa o bom funcionamento da instituição bancária. O MIRANTE vai voltar a este assunto e outros que afectam a Caixa. Estamos à espera de uma resposta da administração para podermos falar de todos os assuntos de forma a termos o contraditório.