Sociedade | 10-10-2025 18:00

Camiões continuam a causar maus-cheiros e poluição no concelho da Chamusca

Camiões continuam a causar maus-cheiros e poluição no concelho da Chamusca
Camiões carregados de resíduos na EN118 continuam a deixar rasto de lamas e maus-cheiros - foto DR

Percorrida diariamente por centenas de camiões carregados de resíduos, alguns deles perigosos, a Estrada Nacional 118 na Chamusca tem sido fustigada pelos maus cheiros e poluição ao longo das últimas duas décadas.

Há mais de duas décadas que a estreita Estrada Nacional 118, na Chamusca, é percorrida diariamente por várias centenas de camiões atolados de resíduos, alguns deles perigosos, a caminho do Eco Parque do Relvão, na Carregueira. Todas as semanas, para não dizer todos os dias, os camiões deixam um rasto de maus-cheiros e algumas vezes de lamas (ver foto) espalhadas no asfalto, situação que continua a gerar revolta na população.
Esta semana voltaram a chegar queixas a O MIRANTE de várias pessoas que não entendem como é que ao fim de mais de duas décadas de laboração das empresas no Eco Parque do Relvão, ainda ninguém encontrou uma solução para a população deixar de viver atormentada pelos maus cheiros e poluição. Para além da poluição sonora, com os camiões a passar literalmente pelo interior das localidades parando muitas vezes o trânsito porque há zonas onde não há espaço para se cruzarem.
Há quem se queixe que não pode ter as janelas da sua casa abertas por causa do cheiro deixado pelos camiões, sendo que muitos deles não vão tapados como obriga a lei. Ao longo dos cerca de 17 quilómetros entre o centro da vila da Chamusca e o complexo industrial, tomando como ponto de partida o semáforo junto à câmara municipal, são dezenas os moradores que sofrem com a passagem dos camiões, sobretudo os da Carregueira, localidade mais próxima do Eco Parque do Relvão.
Projectado em 2004, o Eco Parque do Relvão concentra em cerca de 600 hectares várias empresas que fazem a valorização e o tratamento de resíduos, desde urbanos aos industriais perigosos, passando pelo tratamento de resíduos hospitalares de lamas de estações de tratamento de águas residuais ou veículos em fim de vida. Os seus dois CIRVER recebem centenas de milhares de toneladas de resíduos industriais perigosos de proveniência nacional e internacional, sendo a maioria depositada em aterro.
Há vários anos que a população, autarcas e operadores de tratamento e transporte de resíduos do Ecoparque do Relvão pedem a célere conclusão do IC3/A13, sob pena de ficar comprometido o investimento e desenvolvimento industrial e social da região. O lanço do IC3/A13 Vila Nova da Barquinha – Chamusca – Almeirim foi uma promessa para a população da região aquando da instalação dos CIRVER, em 2007, numa área de influência directa que abrange os concelhos da Barquinha e Entroncamento (Médio Tejo) e Golegã, Chamusca, Alpiarça e Almeirim (Lezíria do Tejo). Outro velho problema reside na Ponte João Isidro dos Reis, que atravessa o Tejo ligando os concelhos da Chamusca e Golegã, pois não permite o cruzamento de duas viaturas pesadas e é palco frequente de engarrafamentos.

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