Sociedade | 10-10-2025 12:25

Más condições dos tribunais do distrito de Santarém comprometem actividade do Ministério Público

Más condições dos tribunais do distrito de Santarém comprometem actividade do Ministério Público

Magistrados exigem requalificação das infraestruturas e a garantia de condições dignas

A actividade do Ministério Público nos tribunais da Comarca de Santarém, que abrange todo o distrito, está comprometida devida a graves deficiências denunciadas pelos magistrados numa reunião com o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP). Os magistrados destacam a “degradação das infraestruturas, com casos de infiltrações, ausência de climatização e temperaturas extremas que inviabilizam a realização de diligências”.

O sindicato descreve que em tribunais como Benavente, Almeirim, Torres Novas e Santarém, “há salas de audiência que atingem os 40.ºC durante o Verão, sem qualquer sistema de ar condicionado, obrigando magistrados e funcionários a suportar condições insalubres ou a recorrer a equipamentos adquiridos por iniciativa própria”. Os magistrados falam ainda de problemas de segurança com edifícios sem vigilância privada, “colocando em risco profissionais e utentes”. Há ainda uma escassez de recursos humanos, com menos 14% de oficiais de justiça, que ultrapassa os 20% quando se considera o absentismo prolongado, além da média etária elevada e o número crescente de reformas previstas para os próximos anos, o que “torna o cenário ainda mais preocupante”.

A sobrecarga de trabalho é outra área preocupante, sobretudo em áreas como os crimes informáticos, “onde os magistrados são obrigados a assumir tarefas administrativas e técnicas sem qualquer apoio”, refere o sindicato. A indefinição quanto à manutenção de lugares auxiliares, bem como o não preenchimento de lugares de efectivos, optando-se pela colocação de auxiliares, gera instabilidade e compromete a gestão eficaz dos processos”, acrescenta, realçando ainda a ausência de formação específica para os oficiais de justiça que obriga os magistrados a executar actos que poderiam ser delegados, agravando a pressão sobre os profissionais e comprometendo a eficiência do sistema judicial”.

O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público “exige medidas urgentes por parte das entidades competentes, nomeadamente o reforço dos recursos humanos, a requalificação das infraestruturas e a garantia de condições dignas para a actividade do Ministério Público”.

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