Sociedade | 11-10-2025 07:00

Empresário de Fátima acusado de sequestro e extorsão de cliente

Empresário de Fátima acusado de sequestro e extorsão de cliente
Telmo Duarte empresário da área das pedreiras de Fátima está acusado de sequestro e extorsão de cliente - foto arquivo O MIRANTE

Telmo Duarte, que tem duas empresas de extracção e comércio de pedra em Fátima, elaborou um plano para cobrar uma dívida de 12 mil euros e ainda extorquir outra quantia igual que seria para dividir com o gerente de uma empresa de recuperação de créditos e dois elementos que este arregimentou.

O empresário de comércio de pedras atraiu o representante da empresa devedora com sede na América para uma reunião nos escritórios da sua pedreira, quando estava fora do país, e os outros três arguidos sequestraram e amedrontaram a vítima, durante duas horas, com uma pistola.

O empresário de pedreiras em Fátima, Telmo Duarte, está a responder em tribunal pelo sequestro de um cliente para o obrigar a pagar uma dívida, estando também acusado de extorsão agravada. Além do dono da Telmo Duarte – Comércio de Pedras Naturais e Pyramidopportunity Lda, são também arguidos o gerente de uma sociedade de recuperação de créditos e dois outros elementos que sequestraram o devedor nas instalações da empresa de extracção de pedra para o obrigar a pagar o dobro do valor da dívida sob ameaça de uma pistola.
A investigação apurou que Telmo Duarte vendia pedras a uma empresa com sede nos Estados Unidos da América há cerca de sete anos e que devia ao empresário de Fátima uma quantia de 12 mil euros. O empresário engendrou então um plano para que o gerente da empresa de recuperação de créditos e dois outros elementos angariados por este empresário da zona do Cacém para atraírem o representante da empresa americana às instalações das pedreiras para o fazer pagar o dobro do valor da dívida. Os quatro arguidos, segundo o Ministério Público, acertaram que os 12 mil euros que estavam a pedir a mais seria para dividirem por todos.
O empresário de Fátima, sabendo que não estava em Portugal no dia 22 de Fevereiro de 2022, agendou uma reunião com o cliente devedor nas instalações da Telmo Duarte – Comércio de Pedras Naturais. O recuperador de créditos e os elementos que angariou para concretizar o plano encontraram-se na zona de escritórios da empresa de Telmo Duarte, que estava na Irlanda. Quando o ofendido chegou foi encaminhado para a sala de exposição de pedras. Depois de lhe terem retirado o telemóvel meteram-no numa sala pequena, trancaram a porta e um dos arguidos apontou-lhe uma pistola e mandou-o sentar, dizendo que havia duas maneiras de resolver a situação: uma fácil e uma difícil. Logo de seguida, o empresário do Cacém desferiu um murro na boca do sequestrado.
Os três arguidos repetiram várias vezes que o devedor tinha de pagar 25 mil euros, tendo este retorquido que a dívida era só 12 mil euros. O recuperador de créditos chegou a telefonar na altura a Telmo Duarte, que terá dito que naquele momento não estava nas suas mãos mudar o que estava a acontecer. Passado duas horas a amedrontar o cliente das pedreiras de Fátima, deixaram-no sair para o seu automóvel, mas esqueceram-se de lhe devolver o telemóvel. Quando a vítima de sequestro já estava fora da empresa, na via pública, voltou a ser abordado pelos três elementos que seguiam num BMW e que lhe fizeram sinal para encostar, e devolveram-lhe o telemóvel.
As autoridades, passado mais de um ano, fizeram buscas na casa e no carro do empresário que tinha alinhado na cobrança da dívida, tendo encontrado dois bastões extensíveis, um na viatura e outro na residência. Na acusação, o Ministério Público sustenta que Telmo Duarte e os restantes arguidos actuaram com o propósito reiterado de produzir receio, medo e inquietação no ofendido. Os quatro arguidos incorrem numa pena de prisão até três anos, ou multa, pelo crime de sequestro e 3 a 15 anos de prisão pelo crime de extorsão agravada.

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