O farmacêutico é muito mais do que um vendedor de medicamentos

Cerca de 250 farmacêuticos de todo o país estiveram em Tomar para participar nas comemorações do Dia Nacional do Farmacêutico. O MIRANTE acompanhou a sessão solene, que decorreu no Cine-Teatro Paraíso, e conversou com duas farmacêuticas que trabalham no Médio Tejo.
Tomar foi o local escolhido para receber a sessão solene do Dia Nacional do Farmacêutico. O Cine-Teatro Paraíso encheu-se com cerca de 250 farmacêuticos, vindos de todo o país. As celebrações estenderam-se a outras localidades do distrito de Santarém, com uma ronda de visitas a hospitais, farmácias comunitárias e laboratórios de análises clínicas. O MIRANTE acompanhou a sessão solene e aproveitou para conversar com duas farmacêuticas que trabalham há mais de 20 anos na região do Médio Tejo.
Carla Santos, 48 anos, é farmacêutica desde 2002. Conta que esta era a sua profissão de sonho, porque gosta do serviço à comunidade. Mora em Almeirim mas estudou em Coimbra. Actualmente não está a exercer numa farmácia porque está dedicada a outros projectos, mas esteve 20 anos a trabalhar em farmácia comunitária, na distribuição farmacêutica e ainda deu aulas na Faculdade de Farmácia da Beira Interior.
Explica que decidiu este ano tirar uma licença sabática para dar continuidade a outros projectos que tinha na gaveta, nomeadamente a escrita de livros infantis também relacionados com saúde. Carla Santos diz que como farmacêutica gosta de criar relações de proximidade com os utentes: “entrarem na farmácia e não saírem com mais problemas, verem as suas dúvidas, os seus problemas de saúde ou de outro género, resolvidos e encaminhados para quem de direito. A farmácia é a primeira porta de entrada quando se está doente”, refere. Para o futuro, quer voltar a trabalhar numa farmácia comunitária, pretendendo conciliar com os outros projectos que tem. “Já tenho saudades dos meus utentes. Gosto mais do contacto com o cliente, já estive na distribuição e não fiquei porque me faltava o contacto com a comunidade”, admite.
Trabalhar como farmacêutica hospitalar
Carla Oliveira, 50 anos, é farmacêutica hospitalar desde 2000. Confessa que não era a profissão que sonhava, porque gostava de ser médica. “Mas o destino assim não quis”, diz bem-disposta. Embora seja de Coimbra, onde estudou, veio morar para a região do Médio Tejo porque foi onde arranjou trabalho e qualidade de vida. Actualmente reside em Torres Novas, sendo directora do serviço farmacêutico da Unidade Local de Saúde do Médio Tejo. Explica que o seu dia de trabalho é muito intenso. “Não é fácil distribuir medicamentos no tempo certo, na dose certa, na qualidade certa, na segurança certa, para tantos sítios”, conta. Carla Oliveira afirma que o foco no seu trabalho está sempre em garantir o melhor para o doente.
Sessão solene deslocalizada foi novidade
Antes do início da sessão solene, O MIRANTE falou com o presidente da Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas da Ordem dos Farmacêuticos, Humberto Martins, sobre as celebrações do Dia Nacional do Farmacêutico. O responsável explicou que as comemorações são nacionais e este ano a Ordem dos Farmacêuticos optou por sair dos grandes centros urbanos - “desde logo ficou claro que iríamos fazer a cerimónia em Tomar, concentrando aqui os colegas de todo o país”, disse.
Além da sessão solene, decorreram outras iniciativas nas semanas anteriores, nomeadamente em Torres Novas, Abrantes e Vila Nova da Barquinha. Relativamente à importância da iniciativa, Humberto Martins realça que a profissão de farmacêutico está em todo o país e muito próxima dos portugueses. “Fazia todo o sentido que as comemorações do nosso dia fossem também desconcentradas e simbolicamente mais próximas dos portugueses”, reforçou.