Sociedade | 13-10-2025 12:00

Já há luz verde para projecto de hotel na antiga estalagem do Gado Bravo

Já há luz verde para projecto de hotel na antiga estalagem do Gado Bravo
Estalagem do Gado Bravo está em ruína há mais de três décadas e renasceu com a promessa do novo aeroporto em Benavente - foto O MIRANTE

Presidente da Câmara de Vila Franca de Xira confirmou a informação na última semana: projecto privado quer recuperar edifício na Recta do Cabo que está ao abandono há décadas e transformá-lo num hotel com centro de eventos.

À segunda revisão foi de vez e os serviços de urbanismo da Câmara de Vila Franca de Xira deram luz verde, na última semana, ao projecto de reconstrução e reabilitação da icónica estalagem do Gado Bravo, situada na Recta do Cabo, na margem sul do Tejo. A informação foi avançada pelo presidente do município, Fernando Paulo Ferreira (PS), que já tinha anteriormente confirmado a entrada nos serviços da câmara de um projecto privado para reformular todo o espaço e transformá-lo num hotel com centro de eventos.
O edifício, recorde-se, está ao abandono há mais de três décadas e é hoje uma mancha na paisagem. Depois de várias ideias de reabilitação que nunca saíram do papel ao longo dos anos, a antiga estalagem do Gado Bravo, na lezíria de Vila Franca de Xira, voltou a ter novas intenções de reabilitação depois do Governo ter anunciado a construção do novo aeroporto no concelho de Benavente.
Fernando Paulo Ferreira já tinha confirmado há ano e meio que o projecto teve de receber alterações para ir ao encontro da legislação em vigor e que o avanço da obra permitiria “ressuscitar um ícone do Ribatejo com muita história e potencialidades”. Um ícone que, hoje em dia, é apenas um edifício devoluto e abandonado, como O MIRANTE já deu nota, sem partes do telhado e onde pouco mais resta que as paredes, que mancha a paisagem da lezíria.

Isabel II e Paul McCartney entre os clientes ilustres
A estalagem do Gado Bravo foi inaugurada em Outubro de 1952 e fechou portas em 1989, depois de vários anos em declínio. O seu período áureo foi registado nas décadas de 50 e 60 do século passado, tendo ficado famosa por ter sido o espaço escolhido por várias figuras internacionais para visitar o país. Foi o caso do músico dos The Beatles, Paul McCartney e a namorada, Jane Asher, que ali pernoitaram em 1965 a propósito de uma visita a Lisboa. Em 1957, também a rainha de Inglaterra Isabel II esteve no espaço.
O palco do salão recebeu concertos de nomes do fado como Amália Rodrigues, Alfredo Marceneiro, Fernando Farinha e Hermínia Silva. Passou de privados para as mãos da banca e aquando da crise do imobiliário, em 2008, foi posto à venda o edifício e o terreno por 376 mil euros. Antes, em 2001, houve uma outra intenção de recuperação que nunca saiu do papel. O projecto contemplava a construção de 116 quartos, um restaurante, pavilhão multiusos e piscina com balneários de apoio, que nunca viu a luz do dia.

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