Dia da Mulher Rural: uma vida de trabalho com as mãos na terra

Aos nove anos Maria do Carmo Oliveira já não ia à escola. Os dias eram passados a ajudar os pais no campo. É lá que, aos 77 anos, a encontramos e a convidamos a partilhar a sua história. Esta quarta-feira, 15 de Outubro, assinala-se o Dia Internacional da Mulher Rural.
Maria do Carmo Oliveira, 77 anos, sempre trabalhou no campo. Viúva e mãe de duas filhas passa os dias a tratar da horta que tem em casa, no concelho de Tomar, dedicando-se especialmente à apanha de azeitona. Recorda que nasceu e cresceu no campo, numa casa próxima daquela onde vive actualmente, em Juncais de Baixo. “Em pequena já ajudava muito os meus pais no campo, lembro-me de ajudar na apanha da azeitona e dos figos”, refere. Conta que andou na escola apenas até à quarta classe e que se fartou de chorar quando saiu porque queria continuar a estudar, mas o seu pai defendia que era mais importante trabalhar. Passou toda a infância e juventude no campo, acompanhada dos pais e de oito irmãos. Aos 18 anos casou e aos 19 teve a primeira filha.
Maria do Carmo Oliveira continua a trabalhar no campo. Planta couves, semeia batatas, feijão, entre outros hortícolas. Tem também um lagar, que herdou do seu pai. “Funciona como um negócio para mim, começou pelo meu pai e agora sou eu que estou à frente. O lagar encontra-se em Sabacheira, costumo lá ir com muita frequência”, explica, acrescentando que a apanha da azeitona ainda é uma das suas actividades preferidas.
*Artigo completo numa próxima edição semanal de O MIRANTE.