Estacionamento para mobilidade reduzida gera debate no Entroncamento

Vereador Rui Gonçalves defendeu que o município deveria realizar vistorias anuais para garantir que os lugares reservados continuam a ser devidamente utilizados.
Na reunião de câmara do Entroncamento, realizada a 7 de Outubro, o vereador Rui Gonçalves (PSD) sugeriu que o município faça vistorias anuais aos lugares de estacionamento reservados a pessoas com mobilidade reduzida, de forma a confirmar se continuam a ser necessários e utilizados devidamente. O autarca explicou que a sugestão surge de uma queixa de um morador sobre um desses lugares, criado numa rua onde o beneficiário já não reside e que por isso não tem sido utilizado, condicionando o estacionamento na rua. “Há situações em que os lugares foram atribuídos a pessoas que, entretanto, deixaram de viver na cidade, e esses espaços acabam por ficar sem utilização”, afirmou, defendendo que uma revisão anual ajudaria a libertar estacionamento em zonas residenciais onde a procura é elevada, pois “estacionamento é uma coisa que não abunda no Entroncamento”.
A presidente da câmara, Ilda Joaquim (PS), respondeu que o município tem adoptado o princípio de não associar os lugares a matrículas específicas, permitindo que qualquer pessoa com mobilidade reduzida possa utilizá-los. Apesar de reconhecer a pertinência da proposta, Ilda Joaquim admitiu que a verificação dos lugares é uma questão sensível, uma vez que “as pessoas entendem que os estacionamentos para deficientes nunca são demais”. Ainda assim, afirmou que a autarquia está disponível para avaliar a distribuição e o número de lugares existentes, garantindo uma gestão equilibrada entre a acessibilidade e a falta de estacionamento na cidade.
Recorde-se que o estacionamento no Entroncamento tem sido tema recorrente de críticas, tanto pelo estacionamento abusivo de camiões e veículos ligeiros, como pela sinalização inadequada em vários pontos da cidade. Um dos exemplos apontados é o do Museu Nacional Ferroviário, onde, segundo o vereador Luís Forinho, existe um sinal que permite o estacionamento de veículos ligeiros, entrando em conflito com a zona destinada à paragem de autocarros. O autarca alertou ainda para o estacionamento irregular em frente às escolas, sublinhando a necessidade de corrigir toda a sinalização deficiente no concelho. Também o vereador Rui Gonçalves reforçou esta preocupação, defendendo há uns meses que os problemas de sinalização e tráfego só poderão ser resolvidos com a realização de um estudo global, que identifique as falhas existentes e proponha soluções estratégicas a longo prazo.