Sociedade | 19-10-2025 10:00

Sócios deram luz verde aos Bombeiros de Vila Franca de Xira para contrair empréstimo e hipotecar quartel

Sócios deram luz verde aos Bombeiros de Vila Franca de Xira para contrair empréstimo e hipotecar quartel
Bombeiros de Vila Franca de Xira precisam de novas viaturas para melhorar resposta à comunidade - FOTO CM VFX

Contratação de empréstimo bancário causou polémica entre alguns sócios da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Franca de Xira. Presidente da direcção já tinha dito que é a única forma de substituir uma ambulância que ficou destruída num acidente em Dezembro de 2024 e um veículo de transporte de água com 36 anos de serviço.

Foi aprovada, com 52 votos a favor e 27 contra, num ambiente de alguma tensão entre sócios, a proposta de contratação de um empréstimo de 350 mil euros para financiar a reparação e aquisição de viaturas para a Associação dos Bombeiros Voluntários de Vila Franca de Xira, um empréstimo que implicará a hipoteca do quartel. A assembleia-geral, realizada no final de Setembro, esteve rodeada de polémica e houve quem acusasse os órgãos sociais de ter recrutado à pressa sócios para permitirem a aprovação da proposta, tendo também havido vários sócios a criticar a ideia de hipotecar o quartel e a possibilidade, que alguns consideraram “muito séria”, da associação não ter verba mensal para suportar os seus compromissos.
Bernardino Lima, presidente da direcção, tentou tranquilizar os sócios, lembrando que a instalação da central única de operações do concelho no quartel de VFX significa o pagamento de uma renda mensal por parte do município, que servirá para pagar a prestação bancária. O presidente da direcção já tinha explicado a O MIRANTE que a decisão é fundamental para substituir duas viaturas. A primeira é um veículo táctico de transporte de água para incêndios florestais com capacidade para 4.500 litros, onde o tanque, devido aos 36 anos da viatura, começou a apresentar fissuras e a perder água. O orçamento para a reparação é superior a 40 mil euros. “A direcção achou que gastar 40 mil euros num carro com aquela idade, que hoje tem um depósito partido e amanhã terá o eixo e depois o semi-eixo partido, não valia a pena”, explica. O dirigente diz que foram pedidos dois orçamentos, um deles da Mercedes (350 mil euros) e outro da Iveco, de 250 mil euros.
A segunda viatura visa substituir uma ambulância que ficou totalmente destruída num despiste em Dezembro de 2024, quando seguia em marcha de urgência junto à antiga Escola da Armada, em VFX. A corporação concorreu ao Orçamento Participativo tentando obter apoios para a compra mas não conseguiu. Também bateram à porta de Fernando Paulo Ferreira, presidente da câmara, a pedir ajuda, sem sucesso. “Como é lógico, não podemos ficar eternamente à espera de uma ambulância que nos faz imensa falta. Por isso, a única solução é comprar uma e acrescentar perto de 80 mil euros à soma do carro anterior”, explica. Por fim, a auto-escada da corporação teve de ser revista e arranjada, com a conta a rondar os 36 mil euros.
“Não nos resta outra escolha senão pedir à Caixa Agrícola um empréstimo para podermos fazer face a estas três coisas. Eles dão-nos o dinheiro com uma taxa de juro bastante atractiva, de 1,5%, que é um valor que normalmente só se consegue para habitação, não para empresas desta natureza. E como é lógico solicitam-nos uma garantia real para o dinheiro e tem de ser o quartel”, explica o dirigente, que foi bancário de profissão. O dirigente garante que a solução não é um passo maior do que a perna e que o empréstimo será pago em 12 anos em prestações a rondar os três mil euros mensais. “Um valor que não tem qualquer problema em ser pago, é viável”, garante, numa corporação que tem uma dívida à banca a rondar os 47 mil euros.

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