Corte de água na barragem do Carril gera debate na reunião de câmara de Tomar

Presidente da Câmara de Tomar voltou a sublinhar que agricultores que beneficiam da água da barragem do Carril devem constituir-se como associação. Oposição considera que a autarquia deve assumir o protagonismo na resolução do problema.
O corte de água na barragem do Carril foi tema de debate na última reunião de Câmara de Tomar. O vereador Tiago Carrão (PSD) começou por recordar que o corte no fornecimento de água, motivado pela requalificação de hidrantes, estava previsto para dia 22 de Setembro, tendo sido adiado para dia 30 do mesmo mês, graças à intervenção do presidente da Junta de Freguesia de São Pedro de Tomar. Tiago Carrão considerou o adiamento em uma semana “muito curto”, questionando se a autarquia exerceu pressão para evitar o corte.
O presidente da Câmara de Tomar, Hugo Cristóvão (PS), disse perceber que do lado da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) pode ser difícil pedir à empresa que ganhou o concurso que vá adiando a entrada em obra. O autarca voltou a sublinhar que o importante é que os regantes assumam parte da responsabilidade e se constituam como associação, garantindo que existe disponibilidade do município para ajudar na constituição da organização.
A vereadora do PSD, Lurdes Fernandes, considerou haver falta de protagonismo por parte da câmara. “Sabemos que os agricultores estão ocupados com as suas culturas, com a sua vida diária e não têm propriamente conhecimentos nem tempo disponível. A câmara deveria tomar protagonismo, porque este equipamento da barragem do Carril é um equipamento muito importante para o concelho de Tomar”, defendeu.
Na resposta, Hugo Cristóvão frisou que o município pode ser parceiro, tendo já manifestado essa vontade, mas que, no seu entender, não deve ser promotor. “Porque neste caso aquilo é um interesse específico, é um conjunto de pessoas, para uma actividade empresarial. Achamos que o município não deve estar a assumir essas questões sem que de facto haja um grande compromisso por parte dos principais interessados”, realçou.
Recorde-se que na última sessão da Assembleia Municipal de Tomar, um dos agricultores da barragem do Carril mostrou o seu descontentamento com a interrupção no fornecimento de água e pediu à autarquia para intervir. O agricultor afirmou que centenas de pessoas iam ficar prejudicadas com o corte. O Aproveitamento Hidroagrícola do Carril tem uma área de 378 hectares e engloba cerca de 920 prédios rústicos e 613 proprietários. A barragem abrange as freguesias de São Pedro de Tomar, União de Freguesias de Tomar, freguesia de Junceira e União de Freguesias de Casais e Alviobeira.