Remoção de amianto colocado no aterro de Azambuja não deve avançar

Toneladas de resíduos com amianto, material potencialmente cancerígeno, não devem ser removidas do aterro da Triaza, mas sim monitorizadas, defende o presidente da Câmara de Azambuja. Amianto foi colocado na mesma célula que recebeu resíduos biodegradáveis, algo que para a Zero pode ajudar à libertação de partículas.
A remoção das toneladas de amianto depositadas no aterro de resíduos industriais não perigosos de Azambuja, gerido pela Triaza, não deve avançar sendo “mais eficaz fazer a monitorização do espaço”. Quem o defende é o presidente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio, baseando-se, segundo disse na última reunião pública do executivo municipal, na opinião de algumas organizações.
O autarca socialista respondia ao munícipe e membro do Movimento de Oposição ao Aterro de Azambuja (MOAA), António Pires, que defende a remoção do amianto, considerando que a sua permanência na célula, onde também estão depositadas toneladas de resíduos biodegradáveis, representa perigo para as populações. “Havendo organismos a dizer que há perigo continua-se a dizer que não há perigo”, sublinhou o cidadão.
Antes de Silvino Lúcio, já o vice-presidente do município, António José Matos tinha afirmado em reunião anterior que o aterro devia permanecer como está e não ser remexido.
O aterro de Azambuja, que foi muito contestado pela população e autarcas devido à presença de maus cheiros, não recebe resíduos desde 2022, depois de ter atingido o limite da capacidade da primeira e única célula aberta, já coberta com terra. As outras duas que estavam projectadas nunca foram abertas por falta de licença da Câmara de Azambuja. Mas, apesar de não estar a receber resíduos, tem depositadas toneladas de resíduos contendo amianto na mesma célula que recebeu os biodegradáveis, algo que, já alertava em 2019, em declarações a O MIRANTE, o ambientalista da Zero, Rui Berkemeier, não pode acontecer à luz da sua interpretação da lei. Misturar os dois tipos de resíduos, sublinhou, é perigoso, porque “os biodegradáveis geram subprodutos que podem ajudar à libertação de amianto”, material considerado potencialmente cancerígeno.