Município garante reparações em habitação da Erra mas beneficiária desmente conclusão das obras

O caso de Maria Otília Carvalho, residente na freguesia da Erra, em Coruche, continua a marcar a agenda do executivo municipal. A adaptação da sua habitação ao abrigo do programa Acessibilidades 360º, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência, arrasta-se há quase um ano e as versões sobre o andamento dos trabalhos divergem entre a câmara e a beneficiária.
A Câmara Municipal de Coruche voltou a discutir em reunião do executivo, no final de Setembro, o processo de adaptação da casa de Maria Otília Carvalho, funcionária pública com mobilidade reduzida, residente na Erra, que acusa o município de deixar a obra por concluir e de não dar respostas concretas às suas reclamações.
O vereador Valter Jerónimo admitiu, na sessão, que a autarquia deve resolver o caso antes do fim do mandato. “Seria importante terminarmos o mandato com todas estas situações resolvidas porque, de facto, a munícipe apresentou algum descontentamento com a nossa acção e deveríamos resolver essas situações pendentes”, afirmou.
O presidente da Câmara, Francisco Oliveira, garante que o município tem acompanhado a empreitada e que já foram feitas várias reparações. “No imediato foi feita a comunicação ao empreiteiro por forma a resolver as questões pendentes que se prendiam com o entupimento do lava-loiças e com a questão de uma porta. O empreiteiro esteve no local, o lava-loiças foi desentupido, a porta foi reparada, mas irá fazer ainda a sua substituição”, disse o autarca.
De acordo com Francisco Oliveira, os trabalhadores da autarquia intervieram no portão exterior, alegadamente corroído pela ferrugem, para que, posteriormente, o empreiteiro substitua o mecanismo eléctrico de abertura. “Vai ficar tudo em consonância de acordo com a candidatura feita, projecto aprovado e obras realizadas”, assegurou.
A versão da munícipe, no entanto, é diferente. “A única coisa que foi resolvida foi o lava-loiça. Fizeram uma pintura no portão, mas a questão da porta está por fazer e o mecanismo eléctrico do portão ainda não foi substituído”, afirmou Maria Otília Carvalho, que continua a reclamar pelo cumprimento integral do projecto.
O caso já tinha sido noticiado por O MIRANTE em Agosto, quando a cidadã, dependente de cadeira de rodas, se queixou de atrasos e irregularidades nas obras de adaptação, que deveriam ter ficado concluídas em 15 dias, mas se arrastam há mais de nove meses. Entre as intervenções previstas estavam o alargamento de portas, a adaptação da cozinha e a colocação de um portão automático.
Beneficiária do programa Acessibilidades 360º, integrado no PRR, Maria Otília Carvalho lamenta a falta de articulação entre a autarquia, o empreiteiro e o Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), a quem também dirigiu queixas.