Morreu Álvaro Laborinho Lúcio, escritor, político, juiz
Álvaro Laborinho Lúcio foi uma das vozes pioneiras em Portugal na defesa dos direitos das crianças, pugnava por uma justiça educativa, não punitiva, centrada na reinserção, responsabilização e proteção dos menores; foi ainda um escritor com vasta obra publicada.
Morreu o ex-ministro da Justiça, Álvaro Laborinho Lúcio. Tinha 83 anos e era uma das figuras mais estimados do meio literário e intelectual pela sua integridade, competência e afetividade. Laborinho Lúcio foi Juiz conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça, exerceu funções governativas no Executivo liderado por Cavaco Silva e foi ministro da República para os Açores nos mandatos de Jorge Sampaio.
Magistrado de carreira entre 1980 a 1996, exerceu de forma consecutiva as funções de diretor do Centro de Estudos Judiciários, deputado e secretário de Estado da Administração Judiciária e ministro da Justiça no Governo liderado por Aníbal Cavaco Silva.
Laborinho Lúcio escreveu livros como A Justiça e os Justos (1999), Palácio da Justiça (2007), Educação, Arte e Cidadania (2008), O Julgamento – Uma Narrativa Crítica da Justiça (2012), Levante-se o Véu (2011) e os romances O Chamador (2014), O Homem Que Escrevia Azulejos (2016) e O Beca da Liberdade (2019).
Numa nota enviada às redações, o PSD diz que “recebeu com profunda tristeza” a notícia do falecimento de Álvaro Laborinho Lúcio, que descreve como “um jurista brilhante, dos mais proeminentes ministros da Justiça que Portugal teve em democracia”. Para os social-democratas, “Portugal perdeu uma voz íntegra, humana, livre e de enorme competência”.
“A sua visão humanista do Direito, em que a justiça deve estar ao serviço das pessoas, é uma característica que merece ser recordada e admirada. Como governante, dignificou o Estado português no exercício de todos os cargos da nossa República democrática”, salienta o partido liderado por Luís Montenegro.
“A Nazaré, a sua terra natal, perdeu um dos seus cidadãos mais ilustres. Foi aí que encontrou inspiração para os seus romances. Laborinho Lúcio deixa-nos respostas concretas e lúcidas sobre áreas fundamentais para a vida de Portugal: a justiça, a educação, a cidadania, a ética e a democracia. Foi uma das vozes pioneiras em Portugal na defesa dos direitos das crianças, pugnava por uma justiça educativa, não punitiva, centrada na reinserção, responsabilização e proteção dos menores”, lê-se na mesma nota de pesar.


