Governação do PS em Alenquer depende agora de negociações com a coligação TODOS
Sem maioria absoluta, o Partido Socialista vai ter de negociar com o movimento TODOS para garantir a estabilidade política no concelho. Os vereadores da oposição recusam pelouros, incluindo o TODOS, que, no entanto, assegura que fará uma oposição responsável, mas exigente.
Os vereadores da oposição que foram eleitos para a Câmara Municipal de Alenquer não vão aceitar pelouros atribuídos pelo executivo de maioria socialista. Com perda de maioria absoluta, o PS vai ter a vida mais difícil e por isso terá que negociar os dossiês e o orçamento municipal.
O vereador eleito pela coligação TODOS (PPD/PSD.CDS-PP.IL.PPM.MPT.NC) Francisco Guerra, assume a O MIRANTE que, no entanto, não vai fazer “política de terra queimada” e que vai exercer uma oposição responsável. “Iremos tentar garantir que o executivo que venceu as eleições tenha condições para governar, sendo certo que o programa do TODOS é conhecido e, portanto, está nas mãos do Partido Socialista procurar a convergência tendo em conta aquilo que são as nossas propostas. Se é verdade que o PS ganhou a câmara, também é verdade que ganhou neste contexto, e, portanto, deve procurar os consensos necessários”, sublinhou Francisco Guerra, acrescentando que na mesa de negociações vai colocar a freguesia do Carregado no centro do debate político.
A coligação liderada pelo PSD tem ainda como segundo eleito Filipe Rogeiro, historiador da Câmara de Alenquer. Francisco Guerra não vê qualquer tipo de problema e refere que há vários candidatos, designadamente do Partido Socialista, que também são funcionários do município. “Sempre que numa situação concreta se verificar conflito de interesses, obviamente que nós saberemos retirar daí as ilações, designadamente o vereador em causa, abstendo-se de participar nessas decisões”, garante.
Recorde-se que a coligação TODOS conseguiu a presidência das juntas de freguesia mais populosas do concelho, Alenquer e Carregado e Cadafais, tendo ainda vencido a Junta de Olhalvo.
Chega fora das contas para atribuição de pelouros
O novo presidente da Câmara de Alenquer, João Nicolau (PS), afasta a atribuição de pelouros ao eleito pelo Chega, Carlos Sequeira, uma vez que “não tem afinidade nenhuma” com o partido. Fora das contas está também o eleito independente Tiago Pedro, que escreveu nas redes sociais que não aceitaria pelouros, mas que faria “uma oposição responsável e construtiva”.
João Nicolau disse ao jornal que, apesar das diferenças, vai ouvir e trabalhar com os eleitos e tentar chegar a acordo com o TODOS. O novo edil não adianta, para já, quem vai assumir o cargo de vice-presidente: Se o seu número dois, Paulo Matias, ex-presidente da Junta de Freguesia de Alenquer, ou se a vereadora Cláudia Luís, que transita do executivo cessante, onde foi nomeada vice-presidente por Pedro Folgado, após a saída de Tiago Pedro, que se desvinculou do PS e assumiu uma candidatura independente.
“Ainda não definimos nada. Também temos de ajustar os pelouros mediante a conversação com a oposição. Estamos ainda numa fase de muita discussão interna e externa e, portanto, não vale a pena apressarmos o calendário sem primeiro falar com as pessoas”, vincou João Nicolau.
O MIRANTE contactou o eleito pelo Chega, Carlos Sequeira, mas sem sucesso. Tiago Pedro também não respondeu às nossas questões.
A tomada de posse dos novos órgãos autárquicos, câmara e assembleia municipal, para o quadriénio 2025-2029 está marcada para 1 de Novembro, às 10h30, na Praça Luís de Camões, em frente aos Paços do Concelho, em Alenquer. Na ocasião, serão eleitos, por voto secreto, o presidente e os dois secretários da Assembleia Municipal de Alenquer.


