Sociedade | 24-10-2025 10:00

“Ignorar a dor é o primeiro passo para uma lesão se tornar crónica”

“Ignorar a dor é o primeiro passo para uma lesão se tornar crónica”
Marina Escobar é médica ortopedista no Hospital da Luz Clínica de Vila Franca de Xira - foto O MIRANTE

A 20 de Outubro é assinalado o Dia Mundial da Osteoporose, uma doença do metabolismo do osso caracterizada por um osso frágil com elevado risco de fractura. Para assinalar a data, O MIRANTE conversou com Marina Escobar, médica ortopedista no Hospital da Luz Clínica de Vila Franca de Xira.

Na ortopedia é essencial não deixar a dor evoluir durante mais de quatro semanas e procurar ajuda médica com rapidez, prevenindo-se assim problemas que podem ser graves e ter consequências para toda a vida, num conjunto de patologias que vão desde a detecção precoce da osteoporose às tendinites e capsulites adesivas, conhecidas por “ombro congelado”.
O alerta é deixado a O MIRANTE por Marina Escobar, médica ortopedista no Hospital da Luz Clínica de Vila Franca de Xira, a propósito do Dia Mundial da Osteoporose, que se assinala a 20 de Outubro,. “A primeira coisa é não chegar a ter dores e para isso é fundamental a prevenção, mantendo um estilo de vida activo, ter cuidado com os excessos de peso e com os excessos em geral. Embora o que mais chateie é quando as pessoas esperam demasiado. Às vezes aparecem-me no consultório com dores de quatro, cinco ou seis anos de evolução. Quando as coisas estão muito avançadas já não há soluções fáceis, e muitas vezes já não há cura possível, apenas alívio. É muito mais fácil tratar uma patologia no início”, garante.
Entre os problemas mais comuns encontrados nas suas consultas estão as patologias de sobrecarga, muitas vezes associadas ao trabalho, incluindo as tendinites e o síndrome do canal cárpico.

Osteoporose: uma doença silenciosa
Sabe-se que a nível mundial uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens, após os 50 anos, vão sofrer uma fractura osteoporótica. Daí justificar-se a prevenção e o diagnóstico precoce. A osteoporose é uma doença que faz com que o osso fique mais fino, com menor força e resistência à carga diária, menos denso e com menor qualidade. É uma doença do metabolismo do osso que provoca um osso frágil com elevado risco de fractura. É uma doença silenciosa em que o primeiro sinal de alerta é a fractura de um dos ossos, o que pode conduzir a uma significativa incapacidade, morbilidade e perda de independência.
Questionada se o excesso de peso é o principal inimigo da ortopedia, Marina Escobar confirma, dizendo contribuir para muitas patologias, sobretudo da coluna e dos membros inferiores. Embora admita que o excesso de peso, por si só, não seja o único inimigo. “Há pessoas que têm um pouco de peso a mais mas são saudáveis. O problema é o sedentarismo. É possível ter uns quilos a mais e ser saudável, desde que não se seja sedentário”, alerta. Para a médica, a dor é a forma que o corpo tem de comunicar connosco e não deve ser ignorada. “Às vezes os doentes tomam tantos anti-inflamatórios que nem se apercebem dos riscos. Controlam a dor mas prejudicam os rins e o estômago”, alerta, notando que a automedicação é muitas vezes mais prejudicial do que benéfica.
No que toca à osteoporose, o primeiro sintoma da doença é a dor e incapacidade associada à fractura óssea, acontecendo com a doença já estabelecida. Os principais conselhos para prevenir a doença nos adultos passam por uma dieta variada e equilibrada, com ingestão suficiente de cálcio e proteínas, vitamina D, manter um índice de massa corporal adequado e manter-se fisicamente activo, evitando o tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

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