Sociedade | 25-10-2025 07:00

Mãe de Samora Correia continua sem casa, mas ganha esperança com apoio de advogada

Mãe de Samora Correia continua sem casa, mas ganha esperança com apoio de advogada
Ana Sofia Inácio - foto arquivo O MIRANTE

Depois de meses de incerteza e de uma ordem de despejo que devia concretizar--se em Setembro, Ana Sofia Inácio, mãe de três filhos, continua a viver numa habitação com condições precárias em Samora Correia enquanto aguarda por uma solução.

Ana Sofia Gonçalves Inácio, 42 anos, mãe de três filhos, continua à espera de uma solução definitiva de habitação social. A moradora da Estrada das Vagonetas, em Samora Correia, que no final de Setembro deveria ter deixado a casa onde vive, permanece no local após uma série de contactos com a Câmara Municipal de Benavente, o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) e a Provedoria de Justiça.
A situação ganhou novos desenvolvimentos nas últimas semanas. Após ter sido pressionada pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ), que chegou a ponderar a institucionalização dos filhos, Ana Inácio contratou uma advogada e pediu uma reunião urgente com o presidente da Câmara de Benavente. A reunião teve lugar a meio de Setembro e, segundo a mãe, resultou na promessa de que o município iria “verificar o processo e encontrar uma solução”.
Entretanto, a Provedoria de Justiça respondeu ao pedido apresentado por Ana Sofia e entrou em contacto com a sua advogada e com os assistentes sociais que acompanharam o caso. “Disseram-me que iam interceder junto da Câmara de Benavente e que eu devia ficar tranquila, porque a situação iria ser resolvida”, conta.
A técnica da Provedoria considerou que a progenitora continua “em situação de vulnerabilidade” e que não recebeu acompanhamento adequado após ter fugido de um cenário de violência doméstica. A técnica da Provedoria frisou que Ana Inácio deveria ter sido encaminhada, desde o início, para a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), que tem protocolo directo com o IHRU, o que, segundo a técnica, poderia ter-lhe permitido obter uma habitação em condições.
Enquanto aguarda uma decisão, a residente mantém-se na mesma casa, vendida em Novembro de 2024 num processo de partilhas. O imóvel foi comprado em leilão e revendido no mesmo dia. A Câmara de Benavente está a analisar a situação da venda do imóvel, que poderá ter irregularidades. “Os serviços não conseguem encontrar registo da segunda venda”, revela Ana Inácio, acrescentando que a advogada iria verificar se existia fundamento para pedir a anulação da venda.

Tempo para encontrar uma solução
Apesar de a ordem judicial de despejo continuar em vigor, a moradora diz estar mais tranquila. A CPCJ foi informada de que a câmara está a tratar do caso e nunca mais voltou a contactar. A advogada da família mantém o diálogo com o município, que deverá retomar o processo após a tomada de posse do novo elenco saído das últimas autárquicas.
Recorde-se que o caso de Ana Sofia Inácio foi noticiado por O MIRANTE em Agosto, altura em que a mulher, sem resposta da autarquia, pedia a transferência do seu processo de habitação social para o IHRU. Desde então, a situação ganhou visibilidade pública e gerou manifestações de solidariedade de leitores, mas nenhuma proposta concreta se concretizou. “Felizmente, dentro de tudo, a situação acabou por me dar algum tempo para encontrar uma solução”, afirma, referindo que continua a viver numa casa com condições precárias, muito embora com tecto para morar.

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