Moradores lamentam abandono do moinho de maré de Alverca
Parte da estrutura do moinho de maré do Adarse, em Alverca, ruiu recentemente, reacendendo críticas dos moradores à falta de preservação do património. A Câmara de Vila Franca de Xira garante que a ruína está segura e nega qualquer ligação com as obras do passadiço.
Os moradores do Adarse, em Alverca do Ribatejo, lamentam a destruição do património e a falta de preservação do moinho de maré do Adarse. Jorge Silva foi um dos cidadãos que deu conta da queda de parte de uma estrutura sobre o moinho. As paredes derrocaram, mas as pedras ficaram caídas junto ao moinho, datado do século XVIII. “É triste porque é muito antigo e estávamos convencidos de que iam preservar o património. Colocaram umas cercas que foram roubadas e, junto ao moinho, estão lá entulhos”, disse o munícipe, acrescentando que reportou o assunto à Junta de Freguesia de Alverca e à Câmara de Vila Franca de Xira, mas sem resposta.
Também João Penha Ferreira lamenta que o projecto do parque ribeirinho de Alverca não tenha contemplado a recuperação do moinho de maré. “Não é um moinho qualquer, mas um testemunho vivo da memória da cidade de Alverca, uma peça que havia passado pelas mãos da família de Frei Luís de Sousa”, refere.
A câmara nega que a obra do passadiço tenha tido qualquer interferência no moinho de maré, que se encontra afastado da estrutura. O terreno onde se situa a ruína do antigo moinho foi adquirido pelo município em 2023, para viabilizar o prolongamento do Parque Linear do Estuário do Tejo. “A ocorrência da tempestade Martinho, com ventos fortes, antecedidos e/ou concomitantemente com o sismo de 17 de Fevereiro, com magnitude de 4,7 e epicentro a cerca de 14 km a oeste-sudoeste do Seixal, motivou a derrocada do último segmento erguido de parede da ruína do moinho”, explica a autarquia, garantindo que a ruína está salvaguardada por ser propriedade municipal.


