Parceria público-privada do Hospital VFX vai incluir também gestão dos centros de saúde
Administração Central do Sistema de Saúde tem até Abril do próximo ano para concluir o estudo que demonstre a necessidade de introduzir parcerias público-privadas em vários hospitais do país, incluindo o de Vila Franca de Xira, sendo que também os centros de saúde vão estar incluídos.
A futura parceria público-privada (PPP) que vai gerir o Hospital Vila Franca de Xira, ficou a saber-se na última semana, vai incluir também a gestão dos centros de saúde afectos à Unidade Local de Saúde (ULS) Estuário do Tejo, que abrange os cinco concelhos servidos pelo hospital: Vila Franca de Xira, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja e Benavente.
A Administração Central do Sistema de Saúde tem seis meses, até Abril do próximo ano, para concluir o estudo que demonstre ao governo a necessidade de estabelecer PPP em vários hospitais do país, incluindo Vila Franca de Xira, onde a ministra da Saúde já foi crítica do seu funcionamento actual.
De todas as PPP que o Governo pensa lançar, apenas Vila Franca de Xira, Braga e Loures vão ver o estudo abrangido também à gestão dos cuidados de saúde primários, no caso, os centros de saúde, quando a responsabilidade dessa gestão não esteja atribuída aos municípios. Segundo o governo, o edifício do Hospital de VFX “poderá beneficiar de uma gestão global, clínica e infraestrutural, em regime de PPP e com a respectiva transferência de riscos”.
A expectativa do Governo é que do estudo, a ficar fechado até Abril de 2026, resultem elementos claros e aptos a fundamentar uma proposta de lançamento das PPP, visando assegurar a integração da prestação de cuidados de saúde primários e hospitalares por parte das ULS e minimizar “os impactos e constrangimentos emergentes” que são sentidos pela actual gestão pública do Hospital VFX. Na última semana, recorde-se, da proposta de Orçamento de Estado para o próximo ano, já aparecem encargos com as PPP na ordem dos 325 milhões de euros, para a generalidade dos hospitais que o Governo prevê reverter para o modelo de PPP.
Ministra já tinha reconhecido problemas
O estado da saúde nos cinco concelhos abrangidos pela Unidade Local de Saúde (ULS) Estuário do Tejo, entidade que gere o Hospital Vila Franca de Xira e os centros de saúde, está a passar por um mau bocado e isso já tinha deixado a ministra da Saúde “muito preocupada” e a ponderar mudanças para breve, como O MIRANTE já tinha dado nota.
Ana Paula Martins avisou, durante uma visita à cidade ribatejana, que existem hoje “muitos problemas e preocupações” por resolver na ULS Estuário do Tejo, administrada por uma equipa liderada por Carlos Andrade Costa, que ouviu os recados da governante sentado na primeira fila durante a inauguração do Campus da Saúde da Misericórdia. “O contrato da parceria público-privada terminou em 2021 e foi dito na altura que o hospital seria o mesmo, que a ideia era melhorar ou aumentar a qualidade. Assim não aconteceu e os resultados estão à vista: as consultas diminuíram 10,3% e as cirurgias 3,5%. Apesar de ligeiros aumentos em 2023 e 2024 estamos longe dos níveis da PPP”, criticou Ana Paula Martins, lamentando que o hospital esteja muito longe da eficiência do passado.


