Aprovada suspensão do PDM para viabilizar hotel de quatro pisos em Samora Correia
Suspensão parcial do Plano Director Municipal de Benavente vai permitir a construção de um hotel de quatro pisos ao lado do restaurante Boa Viagem, em Samora Correia. O investimento, estimado em cerca de 20 milhões de euros, prevê 100 camas e integra a estratégia do município para reforçar a oferta de alojamento e impulsionar o turismo.
A Câmara de Benavente deu luz verde à intenção de se construir um hotel de quatro pisos na zona da EN118, junto ao restaurante Boa Viagem. O investimento, de iniciativa privada e avaliado em aproximadamente 20 milhões de euros, pretende criar uma unidade com capacidade para cem camas e representa, segundo o município, um passo decisivo no combate à escassez de alojamento que há muito limita o turismo e a actividade económica no concelho.
Carlos Coutinho, presidente da autarquia, recordou durante a última reunião do executivo que a falta de alojamento tem sido uma das principais fragilidades do território. Sem essa oferta, afirmou, não é possível consolidar uma estratégia turística consistente nem responder à crescente procura de alojamento por parte de visitantes, empresários e pessoas que se deslocam ao concelho.
Nos últimos anos, a câmara tem procurado atrair parceiros privados para investir no sector, e há já dois projectos aprovados: um hotel de pequena dimensão em Santo Estêvão e outro em Vila Nova de Santo Estêvão, associado ao golfe, inspirado no modelo do Sublime, na Comporta. Em Samora Correia, o município está igualmente em conversações com promotores para dois hotéis de maior dimensão, numa tentativa de diversificar e qualificar a oferta turística.
A proposta agora aprovada surge na sequência da adaptação do Plano Director Municipal (PDM) ao Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT), concluída a 26 de Setembro. Esse processo permitiu redefinir várias áreas urbanizáveis, desbloqueando projectos que estavam suspensos. Entre esses casos está o terreno de 4.400 metros quadrados onde o novo hotel será construído, classificado anteriormente como espaço urbanizável.
A viabilização do projecto exigiu a suspensão parcial do PDM, uma vez que a área apenas permitia construções até três pisos. A autarquia considerou, contudo, que o investimento justifica uma excepção, tendo em conta que os terrenos envolventes já permitem quatro pisos. A decisão permitirá assim harmonizar o enquadramento urbanístico e viabilizar o empreendimento.
O terreno situa-se junto à EN118, numa zona com potencial de valorização turística e comercial, e está previsto que o edifício se integre num conjunto urbano já consolidado. O presidente do município defendeu que o projecto tem “interesse público evidente”, não apenas pela criação de camas turísticas, mas também pela resposta às necessidades do tecido empresarial. Actualmente, muitos visitantes e investidores que se deslocam a Benavente acabam por ter de pernoitar em Lisboa ou Vila Franca de Xira, devido à inexistência de oferta local. A proposta foi aprovada por unanimidade.


