Sociedade | 29-10-2025 17:27

Fábrica da Tupperware em Constância vai a venda com preço mínimo de 10 milhões

Fábrica da Tupperware em Constância vai a venda com preço mínimo de 10 milhões

Venda da unidade fabril, que laborava na freguesia de Montalvo desde 1980, será promovida pela KPMG e deverá arrancar nas próximas semanas.

A fábrica da Tupperware em Montalvo, concelho de Constância, vai ser colocada à venda com um valor mínimo de 10 milhões de euros, nove meses após a declaração de insolvência, revelou à Lusa o presidente da Comissão de Credores. Segundo o advogado Paulo Valério, a operação inclui o edifício, maquinaria e equipamentos, em pacote integrado, estando previsto que a adjudicação recaia sobre “quem apresentar a proposta mais alta” para a aquisição da fábrica.
A venda da unidade fabril, que laborava na freguesia de Montalvo desde 1980, será promovida pela KPMG e deverá arrancar nas próximas semanas, indicou o responsável, adiantando que a modalidade será feita através de propostas em carta fechada, que serão abertas na presença do Administrador Judicial. “A fábrica deve ser adjudicada a quem apresentar a proposta mais alta, desde que em conformidade com as condições que venham a ser fixadas, designadamente eventual prestação de caução e prazo para a realização de escritura”, declarou.
A avaliação do complexo industrial situa-se nos 8,59 milhões. Os bens móveis estão avaliados em 3,9 milhões, os bens imóveis em 4,67 milhões e a fracção rústica em 12 mil euros. Relativamente às dívidas laborais, Paulo Valério confirmou que os cerca de 200 trabalhadores que ficaram desempregados são os maiores credores do processo. “A dívida aos trabalhadores é de 9.074 milhões”, afirmou, acrescentando que cerca de um terço do montante “foi já liquidado pelo Fundo de Garantia Salarial no último mês”, situação confirmada à Lusa por trabalhadores e pelo presidente do município, que tem acompanhado o processo de perto.
“É um direito que os trabalhadores têm e que lhes garante algum apoio nesta fase difícil, enquanto prossegue o processo de venda da fábrica” de Montalvo, disse Sérgio Oliveira, tendo feito notar que “só com a venda desses activos é que conseguirão receber as indemnizações a que têm direito”. O passivo global reconhecido é de 11,47 ME, sendo expectativa da Comissão de Credores que o produto da venda permita “um total ressarcimento dos créditos dos trabalhadores”, embora tal venha a depender “das propostas efectivamente apresentadas”. Paralelamente, decorre a cobrança de dívidas internacionais do universo Tupperware.
“Está também a ser promovida a cobrança de dívidas de empresas internacionais do grupo Tupperware, designadamente na Irlanda e na Suíça, cujo montante ascende a mais de 15 milhões”, confirmou. O futuro da fábrica permanece em aberto, podendo passar pela continuidade industrial no mesmo sector. No entanto, a produção de artigos da marca Tupperware não está garantida.
A fábrica de Montalvo, que chegou a empregar cerca de 260 trabalhadores, deixou de produzir em Janeiro e foi declarada insolvente no dia 10 de Fevereiro, após a retirada das licenças de produção e comercialização da marca Tupperware em Portugal. A fábrica da Tupperware em Montalvo era controlada pela sociedade Tupperware Indústria Lusitana de Artigos Domésticos que, por sua vez, era detida em 74% pela Tupperware Portugal - Artigos Domésticos Unipessoal Lda e em 26% pela Tupperware Iberia.

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