Sociedade | 29-10-2025 10:00

Vive numa casa sem as mínimas condições em Santarém

Vive numa casa sem as mínimas condições em Santarém
Vítor Henriques apela a quem o possa ajudar com a compra de material de construção, nomeadamente janelas, para melhorar as condições em que vive - foto O MIRANTE

Sem água, electricidade nem janelas, e com o mínimo de conforto, Vítor Henriques vive na casa que era do seu avô, em Santarém. A sobreviver com o apoio de instituições, mantém o sonho de conseguir reconstruir a casa, que foi alvo de incêndio.

Depois de ter estado vários anos emigrado e ter regressado a Portugal, Vítor Henriques está a viver na casa que era do seu avô e na qual cresceu, na Portela das Padeiras, em Santarém, sem as mínimas condições de higiene e habitabilidade. Não tem electricidade ou água canalizada e as janelas ou estão seladas com blocos de cimento ou sem vidro, facilitando a entrada de calor e frio. Na cozinha não tem qualquer tipo de equipamento onde possa cozinhar, o mobiliário é escasso e as paredes continuam negras devido a um incêndio. Sem rendimentos, o homem de 64 anos tem sobrevivido com poupanças e a ajuda de instituições que lhe garantem alimentação, roupas e lhe permitem tomar banho de água quente.
Vítor Henriques conta que quando regressou à casa a encontrou em muito más condições, com “móveis partidos, lixo quase até ao tecto e com as paredes pretas do incêndio”, garantindo que durante o tempo em que esteve emigrado a habitação foi ocupada ilegalmente por uma família. Numa das vezes em que veio de férias a Portugal, comprovou isso mesmo, tendo apresentado queixa na Polícia. Acredita que a casa só foi desocupada após o incêndio, que ao que tudo indica teve início no quadro eléctrico. Como se não bastasse, “ainda roubaram torneiras, janelas e quebraram a loiça da casa-de-banho”, lamenta.
Com uma magreza que deixa visíveis os ossos das costelas, Vítor Henriques mostra o quarto onde dorme, iluminando a cama e as malas onde guarda a roupa com uma pequena lanterna que tem presa ao porta-chaves. O chão está limpo e na cozinha tem alguma lenha empilhada, numa tentativa de se preparar para o Inverno. Sem janelas nem electricidade, a chegada do tempo frio preocupa-o. “Precisava que me ajudassem”, apela. Pede material de construção ou ajuda monetária para o adquirir. “Se tiver, eu próprio faço”, diz, explicando que no Brasil, o último de vários países onde esteve emigrado, trabalhava na construção e requalificação de habitações.
A ser ajudado pela Santa Casa da Misericórdia de Santarém e pela Cruz Vermelha Portuguesa, diz que já contactou o Serviço de Acção Social do município de Santarém, na tentativa de receber ajuda para melhorar as condições da casa. Mas o facto de não estar no seu nome, mas ainda registada no nome do avô, tem sido um entrave ao processo até porque, alega, não tem meios financeiros para tratar dessa burocracia. O MIRANTE questionou a Câmara de Santarém mas não obtivemos resposta até à data de fecho desta edição.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal