Sociedade | 05-11-2025 16:57
Apenas 3% dos portugueses faz terapia num país esgotado pelo stress
Susana Ponciano, psicóloga na SP Clínica em Almeirim
O stress é uma resposta natural do organismo, mas quando se prolonga no tempo pode transformar-se num problema sério de saúde física e mental.
A propósito do Dia da Consciencialização do Stress, que se assinalou a 5 de Novembro, O MIRANTE falou com Susana Ponciano, psicóloga clínica na SP Clínica, em Almeirim, que explica como este mal se tornou transversal a todas as idades e profissões, alerta para os sinais de sobrecarga e sublinha a importância de procurar ajuda antes que o burnout evolua para depressão.
Mais de metade dos portugueses sentem-se esgotados ou em risco de burnout e mais de um terço têm problemas de saúde mental, mas só 3% fazem terapia. Os dados são de um inquérito europeu revelado em Outubro e que procuramos dissecar com a psicóloga clínica Susana Ponciano, no âmbito do Dia da Consciencialização do Stress, que se assinala esta quarta-feira, 5 de Novembro.
A especialista explica que existe um “stress bom”, que ajuda a ser produtivo, e um “stress mau”, que surge quando a exposição é contínua e o corpo e a mente deixam de conseguir recuperar. Entre os principais sintomas de sobrecarga estão as insónias, o cansaço persistente, as dores musculares e a falta de concentração.
A psicóloga sublinha que o burnout continua muito associado ao trabalho, mas pode surgir também em contextos familiares, como nos cuidadores informais. “O desgaste emocional faz com que as pessoas achem que o cansaço é normal e deixem de pedir ajuda”, afirma.
Susana Ponciano considera que as empresas ainda não estão sensibilizadas para o bem-estar psicológico dos trabalhadores e lembra que o estigma em torno da terapia tem vindo a diminuir, sobretudo entre os mais jovens, o que não se verifica nas faixas etárias mais avançadas.
A profissional de saúde deixa um aviso simples, mas claro. “Quando há sinais de sobrecarga, é essencial procurar ajuda. É mais fácil tratar no início do que quando já se transformou numa depressão”.
Mais para ler em próxima edição de O MIRANTE
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