Parte do antigo bairro da Caima em Constância Sul está ao abandono há vários anos
Presidente da Câmara de Constância diz que se trata de um assunto que tem sido abordado com a Caima, com vista a dar um destino às casas da empresa papeleira, que constituem uma imagem de abandono e degradação.
O presidente da Câmara de Constância, Sérgio Oliveira (PS), confirmou a O MIRANTE que uma parte das casas do antigo bairro da Caima, em Constância Sul, está abandonada há vários anos e acrescentou que, antes do Verão, as ervas e a vegetação na zona foram cortadas. O autarca diz que se trata de um assunto que tem sido abordado com a empresa, com vista a dar um destino a esses imóveis. “Vamos continuar atentos a esta situação”, afirmou, contactado pelo nosso jornal.
Tal como O MIRANTE noticiou na anterior edição, antes de nos chegarem os esclarecimentos do autarca de Constância, o antigo bairro da Caima, em Constância Sul, encontra-se ao abandono, apesar de ser propriedade do poderoso Grupo Altri, detentor da fábrica de pasta de papel ali existente. O cenário de degradação junto à movimentada Estrada Nacional 118 não passa despercebido a quem ali passa e mereceu recentemente denúncia por parte de José Luz, um munícipe de Constância que foi candidato à câmara pelo PSD nas recentes eleições autárquicas. A situação foi participada a diversas entidades, entre elas o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil e associação ambientalista Quercus.
Na exposição enviada à Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), José Luz solicita que “seja realizada uma inspecção urgente ao antigo bairro da Caima, com avaliação do risco de incêndio e da ruína dos edifícios” e, “se necessário, sejam tomadas medidas imediatas de limpeza da vegetação e obras de segurança para proteger o público”. Na resposta, a ANEPC informou que a situação foi reencaminhada para o SEPNA da GNR, entidade responsável pela fiscalização, investigação e notificação de infracções à legislação ambiental em todo o território nacional. Deu também conhecimento ao Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Médio Tejo, “para que em articulação com o Serviço Municipal de Proteção Civil de Constância, sejam tomadas as diligências necessárias para uma célere resolução das situações apresentadas”.
Contactada por O MIRANTE, fonte oficial da Altri prestou os seguintes esclarecimentos: “A Caima possui junto da empresa um conjunto de nove habitações no designado bairro da Caima, que tem procurado manter em razoável estado. Neste momento, duas das habitações estão ocupadas por quadros da empresa. Antevemos a necessidade de no curto-médio prazo as restantes venham igualmente a ser ocupadas por pessoas adstritas à Caima. Esta disponibilização carece de pequenas reparações em seis das habitações e uma mais profunda numa das habitações”.


