As ajudas de custo ao presidente da Nersant e a venda do pavilhão
Nersant continua em crise financeira mas António Pedroso Leal tem autorização da sua direcção para receber ajudas de custo que variam entre os mil e quinhentos e dois mil euros por mês.
A Associação Empresarial da Região de Santarém – Nersant começou a perder fulgor na gestão de Domingos Chambel e o desinteresse tem-se agravado com a actual gestão liderada por Pedroso Leal, a começar pelas assembleias gerais em que a maioria dos associados que aparecem são os que fazem parte dos órgãos sociais. Mesmo em momentos importantes da associação como a apresentação de contas no final de 2024, já com um grande atraso, apenas compareceram uma dúzia de empresas associadas. A juntar a isto há a polémica da venda do pavilhão, as dificuldades de tesouraria e as despesas com o presidente da direcção.
O MIRANTE teve conhecimento de que o presidente da associação, dono de uma empresa de solicitadoria, contabilidade, recursos humanos, gestão e marketing recebe cerca de dois mil euros de ajudas de custo, quando são publicamente conhecidas as dificuldades financeiras da Nersant. O MIRANTE questionou através de e-mail a entidade sobre esta questão, mas ninguém respondeu. Pedroso Leal, que tem preferido manter uma actuação pouco ou nada transparente, também não responde sobre o processo da venda do pavilhão, em que a Câmara de Torres Novas tem dividendos a receber e impôs condições, como o facto de o auditório continuar ao serviço da população. O dirigente também não diz se vai recandidatar-se a um novo mandato.
O pavilhão, que estava praticamente ao abandono nos últimos anos, depois de ter sido palco de actividades que contribuíram para a importância da Nersant no tecido empresarial da região, teve de ser vendido perante o descalabro das contas. Recentemente a associação já não renovou a exploração do restaurante, que há anos era explorado por Joaquim Eduardo. Aparentemente a não renovação é também o anúncio do fim do restaurante tendo em conta que os novos proprietários do espaço vão querer usar as instalações com projectos próprios, que não dependam de infra-estruturas já construídas ou negócios instalados no espaço.
Os novos donos do pavilhão estão a negociar a venda do espaço a outras entidades. O empresário Tiago Alexandre da Imohorizonte – Sociedade de Investimentos Imobiliários, de Abrantes, que adquiriu o imóvel, já tinha confirmado que estão a decorrer negociações com várias entidades, sendo que uma delas pode ser a Mercadona. O espaço foi comprado pela Imohorizonte e pela Additional Parade por cerca de um milhão e 900 mil euros.
A entidade promotora do investimento já fez um requerimento junto da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para saber se o projecto de construção para a ampliação do espaço pode ser aprovada. O departamento da Câmara Municipal de Torres Novas aconselhou os promotores a pedirem a viabilidade do projecto, temendo que a proximidade do leito do rio Almonda e o facto de a zona ser inundável possam ter parecer negativo da APA.


