Sociedade | 06-11-2025 07:00

As ajudas de custo ao presidente da Nersant e a venda do pavilhão

As ajudas de custo ao presidente da Nersant e a venda do pavilhão
António Pedroso Leal, actual presidente da Nersant e Domingos Chambel, actual presidente da assembleia geral, dois dos dirigentes que mudaram quase tudo na associação empresarial Nersant

Nersant continua em crise financeira mas António Pedroso Leal tem autorização da sua direcção para receber ajudas de custo que variam entre os mil e quinhentos e dois mil euros por mês.

A Associação Empresarial da Região de Santarém – Nersant começou a perder fulgor na gestão de Domingos Chambel e o desinteresse tem-se agravado com a actual gestão liderada por Pedroso Leal, a começar pelas assembleias gerais em que a maioria dos associados que aparecem são os que fazem parte dos órgãos sociais. Mesmo em momentos importantes da associação como a apresentação de contas no final de 2024, já com um grande atraso, apenas compareceram uma dúzia de empresas associadas. A juntar a isto há a polémica da venda do pavilhão, as dificuldades de tesouraria e as despesas com o presidente da direcção.
O MIRANTE teve conhecimento de que o presidente da associação, dono de uma empresa de solicitadoria, contabilidade, recursos humanos, gestão e marketing recebe cerca de dois mil euros de ajudas de custo, quando são publicamente conhecidas as dificuldades financeiras da Nersant. O MIRANTE questionou através de e-mail a entidade sobre esta questão, mas ninguém respondeu. Pedroso Leal, que tem preferido manter uma actuação pouco ou nada transparente, também não responde sobre o processo da venda do pavilhão, em que a Câmara de Torres Novas tem dividendos a receber e impôs condições, como o facto de o auditório continuar ao serviço da população. O dirigente também não diz se vai recandidatar-se a um novo mandato.
O pavilhão, que estava praticamente ao abandono nos últimos anos, depois de ter sido palco de actividades que contribuíram para a importância da Nersant no tecido empresarial da região, teve de ser vendido perante o descalabro das contas. Recentemente a associação já não renovou a exploração do restaurante, que há anos era explorado por Joaquim Eduardo. Aparentemente a não renovação é também o anúncio do fim do restaurante tendo em conta que os novos proprietários do espaço vão querer usar as instalações com projectos próprios, que não dependam de infra-estruturas já construídas ou negócios instalados no espaço.
Os novos donos do pavilhão estão a negociar a venda do espaço a outras entidades. O empresário Tiago Alexandre da Imohorizonte – Sociedade de Investimentos Imobiliários, de Abrantes, que adquiriu o imóvel, já tinha confirmado que estão a decorrer negociações com várias entidades, sendo que uma delas pode ser a Mercadona. O espaço foi comprado pela Imohorizonte e pela Additional Parade por cerca de um milhão e 900 mil euros.
A entidade promotora do investimento já fez um requerimento junto da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para saber se o projecto de construção para a ampliação do espaço pode ser aprovada. O departamento da Câmara Municipal de Torres Novas aconselhou os promotores a pedirem a viabilidade do projecto, temendo que a proximidade do leito do rio Almonda e o facto de a zona ser inundável possam ter parecer negativo da APA.

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