Greve parcial nos comboios causa transtornos a trabalhadores da região
Greve iniciada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante no dia 3 de Novembro, e que se prolonga até ao dia 13 de Novembro, tem causado transtornos em todo o país.
A greve parcial convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante, iniciada no dia 3 de Novembro e que se prolonga até dia 13 deste mês, tem prejudicado vários utilizadores da região, com atrasos e supressões de comboios inesperados. O MIRANTE, num dia em que se registou a supressão de um comboio que partiria de Tomar nas primeiras horas da manhã, falou com alguns utilizadores para perceber como esta situação os afecta.
António Diniz, natural da freguesia de São Pedro de Tomar, mas residente em Lisboa, depende do uso de transportes públicos para se deslocar até à sua residência. Diz que esta situação não é novidade e que já chegou a esperar várias horas pela “hipotética eventualidade” de um próximo itinerário disponível. Realça que, embora compreenda as reivindicações dos trabalhadores, também tem que ser tido em conta todos os transtornos causados aos utilizadores.
Ana Nobre, residente na localidade de Santa Cita, trabalha há vários anos na cidade de Tomar e também depende do uso de transportes públicos para se deslocar até ao seu posto de trabalho. Devido a esta greve e consequente supressão dos comboios, os seus dias de trabalho ficaram comprometidos. Afirma que já ficou mais de uma hora à espera que aparecesse um próximo horário de partida, prejudicando assim o seu trabalho.
Em declarações à Lusa, o presidente do sindicato, Luís Bravo, explicou que a greve abrange todos os comboios Intercidades realizados com carruagens tipo Arco, compradas à espanhola Renfe e usadas pela CP sobretudo em serviços de médio curso, e quaisquer composições intercidades com mais de sete carruagens. Luís Bravo acrescentou que, no período da greve, a CP reduziu o número de comboios com carruagens Arco para apenas um. O presidente do sindicato denunciou ainda que a administração da empresa tentou minimizar o impacto da greve com a redução de carruagens.
A greve parcial foi convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante para denunciar o incumprimento do acordo de 2023 sobre a humanização das escalas e alegadas falhas de segurança, como a sobrelotação e o uso de carruagens incompatíveis entre si. Sobre as escalas longas, Luís Bravo explicou que há revisores que percorrem mais de 600 quilómetros num único dia, transportando milhares de passageiros.
A CP garantiu "cumprir integralmente o acordo laboral" celebrado com o sindicato e rejeitou qualquer falha de segurança, assegurando que "todas as intervenções de manutenção são executadas de acordo com o Manual de Manutenção".


